Oposição venezuelana denuncia golpe do governo para barrar posse de deputados

 

Lilian Tintori, esposa do líder da oposição venezuelana preso Leopoldo Lopez, celebra com os candidatos da coligação dos partidos da oposição venezuelana, durante uma coletiva de imprensa sobre a eleição em Caracas - 06/12/2015
Lilian Tintori, esposa do líder da oposição venezuelana preso Leopoldo Lopez, celebra com os candidatos da coligação dos partidos da oposição venezuelana, durante uma coletiva de imprensa sobre a eleição em Caracas – 06/12/2015(Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

A aliança de oposição venezuelana Mesa da Unidade Democrática (MUD) denunciou nesta terça-feira que está em andamento um “golpe judicial” no país depois de a Corte Suprema de Justiça ter recebido um recurso apresentado pelo governo para barrar a posse de 22 deputados eleitos no último dia 6 de dezembro.

“A Mesa da Unidade Democrática, junto a seus três governadores, quis fixar posição pública diante do que classificamos como uma tentativa de golpe de estado judicial contra a vontade do povo expressada de maneira nítida, clara e pacífica no último dia 6 de dezembro”, disse o secretário-executivo da MUD, Jesus Torrealba.

O porta-voz da coalizão disse em entrevista coletiva que a Corte Suprema tinha anunciado que estava em férias entre 11 de dezembro até 7 de janeiro. Porém, de forma excepcional, abriu suas portas para receber o recurso apresentado pelo Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) contra 22 deputados da oposição.

“É um recurso contencioso eleitoral, mas acompanhado por uma medida cautelar contra a posse de 22 deputados. Pedimos uma cópia, mas ocorreu uma contraordem da presidente da sala eleitoral da corte e não conseguimos obter o documento”, disse Torrealba. Ele afirmou que a MUD ainda desconhece quais são os deputados citados no recurso do PSUV porque essa foi “uma operação secreta, mascarada e suicida do governo”. “Se opondo à vontade do povo, eles estão perdendo o pouquinho que lhes restava de legitimidade”, acrescentou.

O porta-voz da MUD fez a denúncia acompanhado pelo duas vezes candidato presidencial e governador do estado de Miranda, Henrique Caprilles, e de outros líderes da oposição. O secretário-executivo da MUD disse que a coalizão já entrou em contato com a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e diretamente com o ex-presidente da República Dominicana Leonel Fernández, chefe da missão eleitoral do órgão no pleito de 6 de dezembro, quando a oposição obteve 112 cadeiras contra 55 do governo.

Torrealba lembrou que a Constituição da Venezuela estabelece que os novos deputados devem tomar posse no dia 5 de janeiro. Por isso, o recurso é uma “agressão direta ao texto constitucional”.

(Veja/Com EFE)

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