A chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou hoje (14) que o governo vai trabalhar para diminuir o fluxo de refugiados. O anúncio foi feito durante o congresso anual do partido de Merkel, o União Democrata Cristã (CDU). A chanceler e a política de abertura aos refugiados defendida por ela vinham sofrendo duras críticas da ala mais conservadora do partido.
Porém Merkel não falou em impor limites. Ela ressaltou que o país vai continuar a cumprir sua responsabilidade humanitária e que, como maior potência econômica do Continente Europeu, a Alemanha tem o dever “moral e político” de acolher os mais vulneráveis, sobretudo os refugiados sírios.
A chanceler também defendeu a decisão, tomada em Setembro, de ignorar as regras do Espaço Schengen e abrir as fronteiras para as milhares de pessoas que ficaram retidas na capital húngara depois que o governo fechou a principal estação de trem e cancelou viagens internacionais. Para Merkel, tratou-se de um imperativo humanitário. “Algo que parecia distante de nós, que nós só víamos pela televisão, estava literalmente batendo à nossa porta”, disse.
Diante dos números recordes e das pressões para conter o fluxo, o governo alemão tem como desafio imediato acelerar os procedimentos burocráticos. No final de novembro, dos 425 mil pedidos de asilo, mais de 355 mil ainda não haviam sido processados. O ministro do Interior, Thomas de Maiziere, disse esperar que o processo se acelere nos próximos meses, depois da criação de 4 mil postos de trabalho na Agência Federal para Migração e Refúgio.