Alckmin suspende reorganização escolar e secretário pede demissão

  

 Após uma série de protestos estudantis, violência da Polícia Militar contra estudantes e contestação de outros setores da sociedade, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), anunciou hoje (04/12) o adiamento por pelo menos um ano da reorganização escolar anunciada por sua gestão há pouco mais de dois meses.

Paralelo a medida, o secretário de Educação, Herman Voorwald,  já apresentou o seu pedido de demissão ao governador Geraldo Alckmin (PSDB). A saída decorre da avaliação de que ele não soube conduzir a discussão em torno do projeto, que acabou se transformando no maior desgaste político do governador em 2015.

Alckmin explicou que a sua decisão foi “em respeito à mensagem dos estudantes e familiares e suas dúvidas decidirmos adiar a reorganização e rediscutir com todas as escolas, com a comunidade e principalmente os pais”.

O objetivo da mudança, que implicaria o fechamento de 92 escolas, segundo o governo, seria o estabelecimento de ciclos únicos em cada unidade. Em pronunciamento à imprensa, Alckmin destacou que, em 2016, nenhum aluno será transferido, mas não abriu espaço para questionamentos dos jornalistas.

Em um rápido discurso, ele anunciou a decisão e citou dados positivos sobre a medida que seria implementada já no ano que vem.

— 2016, que seria o ano da reorganização, vai ser um ano de aprofundamento do diálogo com as escolas. Todo mundo fica nas escolas em que está estudando, não muda nada no ano que vem.

CÍCLOS ÚNICOS

O projeto foi anunciado em setembro pelo secretário estadual da Educação, Herman Voorwald, com a justificativa de que as escolas passassem a ter apenas ciclo únicos. 754 unidades passariam a oferecer só os anos iniciais do ensino fundamental (1º ao 5º ano), finais (6º ao 9º) ou ensino médio. Com isso, mais de 300 mil alunos seriam transferidos e 92 escolas, fechadas.

No dia 9 de novembro, cerca de 40 alunos da EE Diadema, no ABC Paulista, deixaram as salas de aula e passaram a ocupar corredores e demais dependências da escola contra a medida. Era o início de uma onda de protestos. No dia seguinte à ocupação em Diadema, foi a vez da EE Fernão Dias Paes, em Pinheiros e, daí em diante, o número de colégios tomados aumentou a cada dia. De acordo com o último balanço do Apeoesp (Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo), 199 escolas estão ocupadas, sendo 173 na capital. A Secretaria da Educação confirma manifestações em apenas 190.  Com informações do R7/Estadão

 

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