Arrecadação do GDF deve ficar abaixo dos R$ 14,2 bi

Faltando 41 dias para o fim de 2015, o governo do Distrito Federal disse reconhecer nesta sexta-feira (20) que a expectativa de arrecadação de impostos para o ano não será cumprida. O orçamento aprovado no último mês do governo Agnelo Queiroz previa R$ 14,2 bilhões em tributos para 2015, mas o resultado real deve ficar bem abaixo.

Entre janeiro e outubro, o GDF arrecadou R$ 11,2 bilhões em impostos como ICMS, ISS, IPTU e IPVA. O número representa alta de 2,9% ou R$ 321,7 milhões em números absolutos, na comparação com o mesmo período do ano passado. Computada a inflação, as tabelas apontam queda de 5,4% no total arrecadado.

“O governo não consegue fazer frente a todas aquelas despesas previstas no orçamento porque há uma frustração muito grande da receita”, afirma o subsecretário da Receita, Hormino de Almeida Júnior. A arrecadação abaixo do previsto foi um dos motivos alegados pelo GDF para suspender o reajuste de servidores, em setembro, e para os atrasos no pagamento de benefícios.

Para atingir a arrecadação prevista, o GDF precisaria arrecadar R$ 3 bilhões, ou 21% do total, entre novembro e dezembro. Como a maior parte dos boletos de IPTU e IPVA já foi quitada, o governo reconhece que a previsão foi “otimista demais” e que por isso o valor ficará abaixo do previsto.

Sem planejamento
A queda de arrecadação não deve abalar a liderança da capital no ranking nacional de riquezas. O Produto Interno Bruno (PIB) do DF, que reúne todas as riquezas produzidas, fechou em R$ 175,3 bilhões em 2013. O número representa média de R$ 62.859,43 por habitante, a maior do país.

Os números não são suficientes para evitar problemas na infraestrutura e na oferta de serviços básicos. O aparelho de radiografias do Hospital de Ceilândia está quebrado, e um problema no ar-condicionado no Hospital de Taguatinga impede a realização de tomografias desde o início da semana. Sem insumos, os exames laboratoriais em Taguatinga foram adiados por 50 dias.

O consultor econômico Raul Velloso afirma que os problemas são causados por “planejamento mal feito”. Segundo ele, o DF multiplicou os gastos com pagamento de funcionários nos últimos anos e precisou cortar em áreas de manutenção e custeio.

“Tem a ver com a rigidez da gestão de pessoal e tem a ver, provavelmente, com uma gestão muito ruim dos dirigentes, de cima para baixo. Quando a gente gasta muito com pessoal, no momento que tem que apertar o cinto, não consegue apertar na despesa rígida e vai apertar onde não deveria, que é o investimento”, diz o economista.(G1)

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