A América Latina obteve “avanços promissores” na luta contra o câncer – de acordo com uma comissão de especialistas que publica, nesta quinta-feira, um informe na revista The Lancet. Os autores destacam, porém, que ainda há muito a fazer para garantir um acesso universal aos tratamentos.
“Os avanços obtidos em apenas dois anos nos surpreenderam”, afirmam os autores do documento, um painel de especialistas de todo o continente sob a direção de Paul Gross, do Hospital Geral de Massachusetts, no nordeste dos Estados Unidos.
A mortalidade por câncer nos países latino-americanos é, em média, o dobro do registrado nos países ricos, mas a proporção de afiliados a programas de saúde cresceu de 45% para 60% entre 2008 e 2013.
Comparados com os países de alta renda, a América Latina permanece atrasada em termos de gastos destinados à saúde e à luta contra o câncer.
Segundo o informe, Argentina e México “gastaram cerca de 6% de seu PIB em cuidados de saúde, em comparação com 9% na Grã-Bretanha, 11% na Alemanha, ou 17% nos Estados Unidos. Apenas no Brasil, com 9%, o nível é comparável à proporção de recursos destinados em países de alta renda”.