Paula Resende Do G1 GO
“O pessoal vinha para a praça passear com a família, mas parou porque estava abandonado. Aqui estava servindo para pessoas usarem drogas, beber e isso afastou os frequentadores”, disse ao G1.
Robson sempre estacionava o carro no local para ir trabalhar. Ele ficou sem a vaga, mas não reclama. “O certo seria vir de ônibus, mas o transporte público não funciona. Eu passei a pagar R$ 200 de estacionamento, não deixa de pesar no bolso, mas acho que compensa porque a finalidade da praça não era ser estacionamento”, pondera.
A praça se tornou uma opção de lazer para Aline. “Eu achei que ficou muito bom. Estão em fase de acabamento, mas já está acessível, está muito bonita a praça. Vinha aqui só para eventos e de passagem, agora, é mais um espaço para a família”, opina a funcionária pública.

Dono de uma banca de revistas às margens da Praça Cívica, o comerciante Antônio Carlos Neves, de 53 anos, achou válida a revitalização, mas diz que poderia ficar melhor.
“Em vez de colocar a obra do Siron Franco, poderia colocar uma pista de skate por exemplo, porque para o povo em geral não faz muita diferença a escultura e os jovens não tem opção de lazer na região”, critica.
Ele acredita que a revitalização da praça atrairá frequentadores ao local. Inclusive, ele está pensando de abrir a banca aos domingos. “Ficou muito bonita. Deve valorizar o comércio da região”, espera.
Uma das novidades da praça que mais chamam a atenção é a escadaria em formato de U com 80 metros de extensão, que proporcionou a formação de um “teatro arena”. A estrutura está ao redor do Monumento às Três Raças, que foi restaurado e teve o antigo suporte trocado por uma escadaria.
A estátua de Pedro Ludovico Teixeira também foi transferida da frente do palácio com o mesmo nome para a parte central da praça. Ela foi instalada sobre um suporte metálico de mais de 3 metros de altura. Logo atrás da estátua, mais à direita da praça, está a obra do artista plástico Siron Franco.
A obra contou com a mudança do piso da praça, que na grande maioria era de asfalto. Um piso drenante, na cor vermelha, chama a atenção. “Ele é permeável. Quando chove, ele absorve a água e transfere para o solo permitindo retornar ao lençol freático”, explicou o engenheiro fiscal da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Seinfra), Fábio Peres.
A revitalização também incluiu a restauração dos obeliscos, a reforma dos quiosques e de bancos, o plantio de novas espécies de árvores e a instalação de centenas de luminárias.
Inicialmente, a Seinfra declarou que a obra estava orçada em R$ 12,5 milhões. No entanto, com a decisão de demolir o antigo prédio da Prefeitura de Goiânia, foi necessário um aditivo no valor de R$ 950 mil ao contrato e mais dois meses para a finalização dos trabalhos.
O engenheiro da construtora responsável pela obra, Luiz Romero, informou ao G1 que 75% da obra está pronta. A lateral direita da praça ainda ficará fechada para a circulação com tapumes. Faltam construir vias de acesso ao Palácio Pedro Ludovico Teixeira e à Procuradoria Geral do Estado (PGE).
As fontes luminosas estão com a estrutura pronta, mas ainda não estão em funcionamento, pois faltam equipamentos. “Eles são importados e estavam no porto de Santos aguardando liberação da alfândega, mas não foi culpa da construtora”, disse Peres.
A expectativa é de que os equipamentos cheguem a Goiânia na próxima quinta-feira (29). Depois, é preciso de mais cinco dias para que sejam instalados.
Para a Seinfra, a parte inacabada não trará prejuízo para os frequentadores. “Essa parte que esta sendo inaugurada é a parte principal de visitação e tráfego de visitantes, então não tem muito problema”, explicou o Peres. A conclusão da obra está prevista para janeiro.
