O governador Rodrigo Rollemberg anunciou nesta sexta-feira (23) que o reajuste dos servidores públicos, que deveria ter ocorrido em setembro, será pago integralmente a partir de 1º de outubro do ano que vem. A medida não inclui os retroativos, que não têm data para serem quitados. “Os reajustes que deveriam ser implementados a partir de setembro não estão sendo implementados por total impossibilidade de fazê-lo”, afirmou.
O pagamento, entretanto, depende da aprovação de um conjunto de projetos já encaminhados ou que ainda serão enviados à Câmara Legislativa. Ele afirmou que acredita que o Legislativo vai colaborar com o governo. “Esse é um tema de interesse da cidade, e os deputados sabem que estamos fazendo aquilo que é possível.”
O chefe da Casa Civil, Sérgio Sampaio, afirmou que o governo espera ter um acréscimo de R$ 500 milhões na receita de 2016 com a aprovação do pacote de projetos enviado ao Legislativo.
Rollemberg declarou que grande parte dos projetos enviados à Câmara são de venda de imóveis em que o recurso entra de uma vez. Ele disse que o pacote será importante para o orçamento do ano que vem, mas que não garante o pagamento dos anos seguintes.

“Vai exigir de nós um esforço muito grande para garantir o orçamento dessa despesa de caráter contínuo. São mais de 40 terrenos e a expectativa é que tenha em torno de R$ 600 milhões a R$ 700 milhões com a venda desses terrenos”, disse.
“Teremos todo o ano de 2016 para otimizar a máquina pública do DF, fazer novas reduções de gastos, procurar ampliar a receita com a melhoria das atividades econômicas da nossa cidade e nossa expectativa é que tudo isso permita que a gente possa apresentar para 2017 um cronograma.”
A suspensão do pagamento da terceira parcela do reajuste aprovado pelo governo anterior causou insatisfação no funcionalismo. Diversas categorias – como médicos, técnicos e auxiliares em enfermagem, professores, agentes penitenciários, agentes rodoviários e agentes socioeducativos – cruzaram os braços em repúdio.
Rollemberg pediu que os servidores em greve voltem ao trabalho. “Essa greve só traz prejuízo para a população. A greve não vai resolver porque estamos com total falta de possibilidade de fazê-lo. Não podemos admitir que a população continue tendo dificuldades ao procurar um hospital, uma farmácia. É muito importante para os alunos, famílias, professores e servidores da Educação a conclusão do ano letivo.”
O governador falou que está aberto ao diálogo com as categorias, mas que não há outra alternativa em relação ao pagamento dos reajustes. “Vamos examinar todas as reivindicações que não tenham impacto financeiro. Para isso, a Casa Civil com suas equipes, como a de Planejamento, de Fazenda, estão à disposição para dialogar e implementar projetos que não tenham impacto financeiro, mas signifiquem melhoria no serviço.”
Rollemberg afirmou que durante os estudos para viabilizar os reajustes no ano que vem, as secretarias de Planejamento e Fazenda chegaram a sugerir que os pagamentos fossem realizados somente a partir de janeiro de 2017.
Reduções
O anúncio do pagamento dos reajustes foi feito no Palácio do Buriti com a participação do secretário da Casa Civil, Relações Institucionais e Sociais, Sérgio Sampaio, e o secretário-adjunto da Fazenda, João Antônio Fleury. No início do discurso, Rollemberg relembrou as reduções que vem fazendo desde o início de sua gestão e situação o DF se encontrava quando assumiu o cargo.
“Quero antes de anunciar nosso cronograma relembrar como assumimos o governo de Brasília, com salários atrasados, 13º atrasado, horas-extra atrasadas, dívida de R$ 3 bilhões de 2014, buraco no orçamento de R$ 3,5 bilhões, perfazendo um rombo de R$ 6,5 bilhões, não pagamento do adiantamento de férias dos professores”, disse.
Ele lembrou que a redução de 4,5 mil cargos comissionados, e a diminuição de 38 para 24 secretarias e agora para 17. “A partir de hoje reiniciamos também o enxugamento de cargos comissionados com a publicação das fusões das secretarias.”
O governador disse que já houve uma redução de 874 cargos comissionados e uma economia em torno de R$ 2 milhões por mês. “Vamos publicar as estruturas que não foram fundidas, que terão também que reduzir cargos comissionados ou valores pagos com, por exemplo, remanejamento de servidores.”
Rollemberg falou que Brasília vive a maior crise econômica da história da capital federal, agravada por uma crise nacional. “O Fundo Constitucional, por exemplo, responsável pelo pagamento integral da segurança pública e parcial de saúde e educação neste ano terá redução de R$ 382 milhões. Estamos trabalhando para recompor isso, mas na proposta temos uma redução de R$ 382 milhões.” Informações do G1.