Centenas de policiais alemães foram mobilizados para realizar controles nas fronteiras, informou um porta-voz das forças federais à AFP neste domingo, depois que Berlim reintroduziu os controles de passaporte com seus países vizinhos.
“Estamos mobilizando centenas” de oficiais, disse o porta-voz.
O ministro alemão do Interior, Thomas de Maiziere, anunciou mais cedo o restabelecimento provisório do controle das fronteiras, em particular com a Áustria, para “conter o atual fluxo de refugiados”, especialmente para Munique, onde já chegaram 63 mil imigrantes em duas semanas.
“Também é absolutamente necessário por razões de segurança”, acrescentou o ministro em uma breve declaração à imprensa.
Os policiais já estão parando todos os carros e pessoas a pé, e três sírios foram colocados no acostamento até a decisão sobre seu estatuto, informou um jornalista à AFP no ponto de passagem próximo à localidade de Freilassing, na Baviera.
A França reagiu à decisão fazendo um apelo ao “respeito escrupuloso por parte de cada país da União Europeia às regras do tratado de Schengen” sobre migração, que preveem, em particular, o registro do refugiado por parte do país pelo qual o imigrante entrou na União Europeia.
O ministro francês do Interior, Bernard Cazeneuve, afirmou que foi devido ao desrespeito de certos países a estas regras que a “Alemanha decidiu estabelecer temporariamente o controle de suas fronteiras, sem chegar a fechá-las”.
A Comissão Europeia estimou que a decisão da Alemanha demonstra a “urgência” da adoção do plano europeu para responder à crise.
O órgão lembrou que segundo o tratado de Schengen, que estabelece a livre circulação na UE, o restabelecimento temporário dos controles de fronteira entre os Estados membros é uma “possibilidade excepcional explicitamente prevista e regulada” em situações de crise.
Na segunda-feira, os ministros do Interior e da Justiça da União Europeia se reúnem de emergência para analisar a questão.
* AFP