Em meio à atual crise fronteiriça com a Colômbia, que já afetou 20.000 imigrantes colombianos, o presidente venezuelano Nicolás Maduro ordenou nesta segunda-feira que o Ministério das Relações Exteriores providencie a recepção de 20.000 refugiados sírios em seu país, no que chamou de “diáspora síria”. Para as viagens, Maduro pediu ajuda à comunidade árabe.
“Quero que venham 20.000 sírios, famílias sírias para a nossa pátria venezuelana”, afirmou o presidente, antes de destacar que o país tem “uma grande comunidade síria” e que sente “dor” pelo conflito que afeta “um povo que amamos”. Maduro, com sua retórica contrária às potências ocidentais, aproveitou o discurso para manifestar apoio ao ditador sírio Bashar Assad, ao afirmar que ele “é o único líder com autoridade na Síria”. Certamente o povo sírio, que sofre com bombardeios do próprio governo, tem uma opinião diferente em relação a Assad.
O contrabando de mercadorias é apontado pelo governo de Caracas como uma das principais razões para a profunda crise de abastecimento do país. Ao trazer à tona a Colômbia como novo inimigo externo, Maduro espera se colocar como um defensor da população, ganhar apoio e desviar a atenção dos problemas internos, como escassez, inflação e insegurança. Da mesma forma, o plano de abrigar refugiados sírios serve como medida para aumentar a popularidade do presidente, que vem perdendo apoio. Segundo uma pesquisa divulgada no fim de agosto, mais de 70% dos venezuelanos avaliam de forma negativa a gestão de Maduro. Informações da Veja.