Augusto Carvalho
“Nunca gostei de derrubada de moradia de ninguém, more o cidadão no Sol Nascente, ou Vicente Pires ou Lago Sul. O Estado tem de agir antes de ser assentado o primeiro tijolo, especialmente nas áreas sensíveis do ponto de vista ambiental.
Por outro lado, a que se levar em conta, também, o ato jurídico perfeito, como a compra de lotes da Terracap há décadas, antes mesmo da modificação da legislação ambiental superveniente. É verdade que a justiça tem se pronunciado sobre o tema. Mas será que antes das máquinas demolirem foram esgotadas todas as negociações? Não haveria uma forma de cobrar um valor a mais por uma área pública já ocupada há tempos, e dessa forma, o Estado firmar sua ação em favor da sociedade?
Quando se derruba, será que já existe um plano imediato para dar acesso ao público sem deixar os moradores a mercê de delinqüentes? Precisa existir um plano para o dia seguinte, para quando tudo estiver no chão.
Por outro lado, pela primeira vez a parcela pobre da população está se sentindo justiçada em ver pessoas tão nobres terem, como eles, suas áreas ilegais derrubadas. Um contraponto. O chefe do Executivo, mais uma vez, tocando ações sem planejamento, sem plano de ação e, sobretudo, sem ouvir a população. Pior, fomentando um equívoco, uma iniciativa que incita o pobre contra o rico, provando cada vez mais a fragilidade de gestão do governo.
A regularização não tem uma única via – a da derrubada – em qualquer que seja a área, não só no Distrito Federal, mas em todo o nosso grande Brasil. Cobre-se um valor, faça-se um plano de manejo, mas o Executivo tem que ter a iniciativa da mediação junto às comunidades e aos outros poderes.
Assista o vídeo de pronunciamento do Deputado Federal Augusto Carvalho: