José Seabra, Notibras
Paulo Vogel não é mais secretário de Administração do Governo de Brasília. Ele pediu demissão do cargo nesta segunda-feira, 20, em caráter irrevogável. O argumento apresentado foi um “convite irrecusável” do ministro da Fazenda, Joaquim Levy.
Nos bastidores do Palácio do Buriti, porém, as informações são conflitantes com as do suposto ‘convite’. Vogel estaria com a cabeça a prêmio desde meados de maio, quando decidiu bater de frente com grupos políticos que cercam Rodrigo Rollemberg. Até que o governador, enfim, tomou a decisão de demitir o assessor direto.
Algumas medidas que chegaram a ser anunciadas pelo próprio governo – como a fusão dos fundos de pensão das estatais, venda de 40% das ações das empresas públicas e mesmo a transferência, para um banco privado, da folha de pagamento dos servidores públicos – foram iniciativa de Vogel.
Com a reação contrária, principalmente das categorias profissionais (bancários e eletricitários, em particular) Rollemberg foi obrigado a recuar e engavetar as propostas, algumas delas, inclusive, transformadas em projetos de lei e encaminhadas à Câmara Legislativa.
A prematura queda de Paulo Vogel foi antecipada a Notibras no início de julho. Na oportunidade, foi feita uma enquete, sobre que secretários Rollemnberg deveria substituir na primeira grande reforma da equipe. O nome de Vogel sempre encabeçou a lista dos mais votados como um dos que seria demitido.
Mesmo que vá para um cargo de destaque na equipe de Joaquim Levy, Vogel deixa alguns desafetos no Governo de Brasília. Embora não seja conhecido como pessoa de guardar rancor, é certo que ele colocou em sua ‘lista negra’ o presidente da Terracap, Alexandre Navarro. Os dois viveram muitos entreveros na sua curta história no governo de Rollemberg.
