Se acirrará mais ainda nas próximas horas, a crise vivida nos bastidores do ninho tucano de Brasília. O principal motivo para o aumento da temperatura entre as correntes do partido está contido em dois vídeos, que estão a caminho do Ministério Público do Distrito Federal. As informações são do jornalista Edson Sombra, na sua coluna Varanda.
Na denúncia, segundo relatos feitos ao blog, aparecem nos vídeos, diversos servidores comissionados do GDF, em pleno horário de trabalho, e nos corredores do Congresso, fazendo campanha contra uma nova intervenção no partido.
O detalhe: a maioria dos manifestantes é filiada ao partido no DF.
O descontentamento interno no partido sempre houve, desde a época áurea de Maria de Lourdes Abadia como cacique local. O ninho sempre foi rachado e alvo de disputas. Abadia sabe disso como ninguém. As brigas foram tão calorosas, que companheiros antigos da tucana, que inclusive pertenceram a seu grupo político, hoje sequer a cumprimentam.
Ao voltar para os dias atuais, nada parece ter mudado. Só mudam os personagens. Desta vez, a briga gira em torno do deputado federal Izalci Lucas e do distrital Raimundo Ribeiro, ambos interessados no comando do PSDB local.
Izalci diz que tem boa articulação com a área federal da legenda. Ganhou apoio do ex-presidente Márcio Machado, ex-homem forte do ex-governador José Roberto Arruda.
Já Raimundo tem oratória e gosta de briga. Tem em seu grupo a ex-governadora Maria de Lourdes Abadia, hoje na Câmara Legislativa. Conta também com o atual presidente interino do partido, Eduardo Jorge, ex-confidente de Fernando Henrique Cardoso.
Uma das principais questões dentro do partido é sobre a participação ou não dos tucanos no governo Rodrigo Rollemberg (PSB). Raimundo defende a ampla nomeação, mas Izalci se cala. Enquanto Ribeiro possui centenas de cargos, inclusive dos manifestantes que se manifestaram nas dependências do Congresso, amigos de Izalci dizem que o deputado não tem um sequer. Alegam que ele nunca foi chamado para tratar de apoio partidário para a atual gestão do GDF.
A situação se agrava ainda mais quando, no meio do fogo-cruzado, o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), ameaçou intervir na confusão, indicar comissão provisória. Antes disso, havia pedido para que os dois bicudos se entendessem. Não deu certo. Ameaçou novamente e decidiu marcar para daqui a dois meses a intervenção. Espera que até lá, a paz reine no ninho tucano. Enquanto aguarda, Eduardo Jorge terá um mandato-tampão.
Agora cabe, mais uma vez ao senador mineiro decidir: se o partido permanece como está, repetindo os últimos desempenhos pífios, ou se prefere arriscar.
Interlocutores do senador mencionam um suposto acordo entre Aécio e Izalci, mas que até agora não saiu do papel. Vai ver que, como bom tucano, permanecerá em cima do muro.
O prazo estipulado pelo senador Aécio já está contando, agora é só esperar os dois mais demorados meses que os tucanos do DF viverão, e o efeito que surgirá dos vídeos que estão a caminho do MPDFT.