Ademi e Sinduscon pedem urgência do GDF na concessão de Habite-se

Os presidentes da Associação de Empresas do mercado Imobiliário do DF (Ademi-DF), Paulo Muniz, e do Sindicato da Indústria da Construção Civil do DF (Sinduscon-DF), Luiz Carlos Botelho Ferreira, enviaram ofício conjunto ao governador Rodrigo Rollemberg e à presidente da Câmara Legislativa, Celina Leão, solicitando providências urgentes em relação à demora na concessão de Habite-se e outros documentos legais para 9.714 salas e apartamentos que estão prontos, mas que não podem ser entregues aos proprietários por entraves burocráticos. Os dirigentes das entidades alegam que a demora levou caos ao setor e pedem uma solução que evite uma “crise ainda maior do que hoje existente, com repercussões negativas para toda a sociedade”.

Segundo o documento enviado aos chefes dos poderes Executivo e Legislativo do DF, o mercado imobiliário “vem atravessando inúmeros e prejudiciais percalços não advindos da atuação de suas empresas, mas da insegurança jurídica que o próprio Estado vem impondo à condução das suas atividades”. Os dirigentes classistas citam como exemplo a demora na aprovação e análise dos documentos para autorização e licenciamento de obras; a ausência de fornecimento de energia elétrica pela CEB nos empreendimentos concluídos; a falta de estrutura básica que deveria ser providenciada pela Terracap; e as exigências feitas no momento da expedição das cartas de habite-se de empreendimentos prontos e acabados, “especificamente quanto à apresentação e análise dos relatórios de impacto de trânsito e respectivos laudos de conformidade” como problemas corriqueiros enfrentados pelo setor.

O ofício conjunto cita os 9.714 empreendimentos que estão prontos há mais de um ano e com prazos de entrega aos consumidores extrapolados, o que gera multas às incorporadoras e deixa um universo estimado de 30 mil pessoas sem a posse dos imóveis. Segundo a Ademi-DF e o Sinduscon-DF, todos os empreendimentos contam com o Relatório de Impacto de Trânsito (RIT), mas as incorporadoras “não conseguem concluir as medidas mitigadoras indicadas em razão da omissão dos Poderes Públicos, Distrital e Federal, quanto à análise e autorização que são necessárias à efetivação de tais medidas”. Sem elas, afirmam, não há como obter o respectivo Laudo de Conformidade, condição indispensável para a obtenção do habite-se.

A Ademi-DF e o Sindiscon-DF acrescentam que as empresas do setor “não grilaram terras e não participaram de loteamentos irregulares”, tendo investido em terrenos licitados pelo GDF e recebido do governo alvarás de construção para as edificações executadas, gerando empregos formais e recolhimento de impostos e taxas. As empresas, segundo ofício, “concluíram os empreendimentos, tiveram os RIT aprovados, mas, até o momento, não receberam ou estão impedidas de receberem os respectivos certificados de conclusão das suas obras”.

Para as entidades, a morosidade nas aprovações gera insegurança jurídica nas relações entre o GDF e o setor produtivo. E identificam o excesso de burocracia e a falta uma interpretação única das leis como fatores que “vêm causando um problema social para o Distrito Federal”, destacando que as maiores prejudicadas são “aproximadamente 30 mil pessoas que, mesmo após comprar, não realizaram o sonho da casa própria em decorrência da impossibilidade de entrega dos empreendimentos pontos e acabados, mas desprovidos de habite-se por entraves do próprio Poder Público”.

As entidades também apontam a falta de análise do RIT e a não adoção das medidas mitigadoras construídas como motivos para o atraso. Elas criticam a falta de articulação entre a Secretaria de Estado de Gestão do Território e Habitação (Segeth) e o Detran/DF. E afirmam que o GDF deixou de arrecadar, só com estes 9.714 imóveis, cerca de R$ 100 milhões em impostos, como ITBI, IPTU e TLP.

Afirmando que o problema foi causado por descompasso do Poder Público, o segmento propõe a possibilidade de firmar um compromisso de responsabilidade, prevendo inclusive caução financeira para assegurar a realização das medidas mitigadoras exigidas pelos órgãos públicos, com o ocorre em São Paulo, por conta da Lei 15.150/10, daquele município. Isso garantiria, segundo as entidades, o restabelecimento da segurança jurídica para as partes envolvidas na questão.

Por fim, a Ademi-DF e o Sinduscon-DF pedem ainda a adoção urgente de medidas necessárias para corrigir o problema, tratando cada empreendimento de forma individualizada, reiterando a necessidade da concessão do Habite-se dos “com a maior brevidade possível, tendo em vista a existência de um direito legítimo, além do manifesto interesse de toda a sociedade”.

 

Empreendimento Construtora Pendência
LED Águas Claras (703 unidades) LED Águas Claras Empreendimento Imobiliário Aguarda definição, por parte da SEGETH, acerca das medidas mitigadoras propostas pelo Detran-DF
Reserva Taguatinga (1396 unidades) Gold Amorgos Empreendimentos Imobiliários Aguarda emissão do laudo de conformidade das medidas mitigadoras propostas pelo Detran-DF
Tagua Life (1286 unidades) Toledo Investimentos Imobiliários Aguarda definição das medidas mitigadoras pelo Detran-DF
Flex Gama (798 unidades) Capri Investimentos Imobiliários Aguarda definição das medidas mitigadoras pelo Detran-DF.
Altos de Taguatinga 1 (400 unidades) Taguatinga QI 3 Incorporações Imobiliárias Aguarda anuência, por parte da SEGETH, acerca das medidas mitigadoras propostas pelo Detran-DF
TOP Life Taguatinga (2736 unidades) MRV Prime Top Taguatinga Incorporações Imobiliárias Aguarda anuência, por parte da SEGETH, acerca das medidas mitigadoras propostas pelo Detran-DF
JK Shopping and Tower (589 unidades) Paulo Octavio Investimentos Imobiliários Aguarda emissão do laudo de conformidade por parte da SEGETH
Átrium Platine (180 unidades) JFE9 – Empreendimentos Imobiliários Aguarda emissão da carta de habite-se
Carpe Diem (396 unidades) Queiroz Galvão DF 1 Desenvolvimento Imobiliário Aguarda a aprovação do projeto executivo pelo Detran-DF, relativo às medidas mitigadoras
Concept – Boutique Residence (220 unidades) Braziliense Empreendimento Imobiliário Aguarda a reaprovação dos projetos para cumprimento das exigências da Agefis
Square (130 unidades) Itacare Empreendimento Imobiliário Aguarda vistoria da Agefis
Connect Towers(784 unidades) MB Engenharia SPE 076 S/A Aguarda  definição, por parte da SEGETH, acerca das medidas mitigadoras propostas pelo Detran-DF
Residencial Dubai (96 unidades) Campolina Construtora e Incorporadora Ltda Aguarda vistorias das concessionárias e da Agefis

 

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