Camisinha deixada de lado: 45% não se protegem no sexo casual

 A maioria (94%) da população brasileira sabe que o melhor meio de se prevenir contra o vírus HIV, transmissor da Aids, é a camisinha. Mas quase a metade (45%) não utilizou o preservativo nas relações casuais nos últimos 12 meses. O alerta foi feito ontem, durante lançamento, pelo Ministério da Saúde, da campanha de prevenção de DST (Doenças Sexualmente Transmissíveis) e Aids para o Carnaval de 2015. Na ação deste ano, serão distribuídos 120 milhões de preservativos durante os dias de folia: 70 milhões adquiridos para a ocasião e 50 milhões que já estão nos estoques dos estados.

A ‘Pesquisa de Conhecimentos, Atitudes e Práticas na População Brasileira’ analisou o comportamento sexual de 12 mil brasileiros, com idades entre 15 e 64 anos. O estudo também concluiu que houve um aumento de quem já fez sexo com mais de dez parceiros num período de um ano: em 2004, foram 19%, enquanto em 2013, 44%. Ao todo, 734 mil pessoas estão contaminadas no Brasil, sendo 80%, diagnosticadas.

Campanha do ministério é voltada para público jovem e também incentiva realização de testes de HIV

Foto:  Divulgação

Diante deste panorama, a campanha de 2015 pretende reforçar o conceito ‘camisinha + teste + medicamento’. Com o slogan ‘#partiuteste’, o material de divulgação incentiva os brasileiros a fazerem os exames de diagnóstico e os tratamentos adequados, em caso de contágio.

O ministro Arthur Chioro destacou a importância de divulgar o projeto também pelas redes sociais. “A sociedade brasileira tem que se mobilizar. Temos que reforçar cada vez mais a prática do sexo seguro, para a interrupção da cadeia de transmissão. Informação, preservativo, testagem e tratamento fazem parte do conjunto de prioridades do enfrentamento da Aids”.

AEROPORTOS, BLOCOS E UPAS

A campanha será intensificada em cidades com maior concentração de foliões. Nos aeroportos Santos Dumont, no Rio, no de Salvador e no de Recife haverá 34 máquinas nos banheiros masculinos e femininos, para a retirada dos preservativos. A Secretaria de Estado de Saúde do Rio informou que, para as ações do Carnaval, serão distribuídos 6 milhões de preservativos do estoque estadual nos blocos de carnaval e aeroportos, além de UPAs e hospitais estaduais.

Foram produzidos cartazes em quatro versões, segmentados para o público jovem em geral, travesti e jovem gay. Além de divulgações na internet, em revistas temáticas de Carnaval e de comportamento LGBT, o ministério preparou ainda propagandas para o rádio e televisão.

Menos medo após acesso a remédios

O aumento da oferta de remédios contra Aids no Brasil fez a mortalidade pelo vírus cair 13% em dez anos e os sintomas da doença melhorarem. Segundo Chioro, este avanço causou efeito colateral: comportamento de risco por parte de uma geração com menos medo de contrair a doença, ao contrário dos jovens da década de 80, para quem a Aids era sentença de morte. “Não podemos passar a ideia de que, por haver medicação eficaz, a doença é glamourosa”. Em dezembro de 2013, com o novo protocolo de tratamento, todos com HIV passaram a ter acesso aos antirretrovirais. Hoje, cerca de 400 mil pessoas se tratam com 22 tipos de remédios pelo SUS

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