Do R7
Rollemberg anunciou 21 ações, entre aumento de impostos e cortes na máquina pública, para aumentar a arrecadação e diminuir os gastos. Embora algumas dessas medidas sejam bem vindas, como devolução de imóveis e veículos alugados e redução do volume de cargos comissionados, os especialistas continuam cautelosos e avaliam que essas medidas não neutralizarão o impacto negativo do conjunto no bolso do contribuinte.
— A desoneração do ICMS de alimentos e medicamentos, que é positiva sobretudo para os mais pobres, no geral não tem um efeito abrangente como o aumento do ICMS sobre gasolina e telefonia ou o aumento do IPTU e o IPVA, explica o professor de finanças públicas da UnB, Roberto Piscitelli.
O especialista prevê que as elevações de impostos distritais, somadas às anunciadas para os tributos federais, deve contribuir para um quadro pouco promissor.
— No curto prazo, reduz a renda pessoal disponível e deve diminuir a oferta de vagas no mercado de trabalho. Não devemos ter expansão da massa salarial.
Além disso, é possível que nem toda a redução de impostos seja sentida pelo consumidor.
— A redução do ICMS de remédios e alimentos não necessariamente será sentida consideravelmente pelo consumidor. O preço do produto não é só composto por ICMS. O governo foi muito modesto na diminuição, avalia o presidente da Fecomércio do DF, Adelmir Santana.
Vale lembrar que as medidas que alteram impostos e taxas estão sujeitas à aprovação na Câmara Legislativa antes de entrarem em vigor.