
Apesar de concorrer por outro partido da esquerda – que teve 7% nas eleições de 2012 mas que agora deverá ficar abaixo do patamar mínimo de 3% para conseguir um lugar no Parlamento -, o escritor espera que o Syriza vença as legislativas. E acredita que isso “trará uma nova esperança para todo o Sul da Europa”.

Em declarações ao Expresso, lamenta a forma como a Grécia e outros países do Sul foram tratados pelo Norte da Europa, nomeadamente pela Alemanha, no início da crise, “retratados como povos preguiçosos que querem viver bem sem trabalhar” e referidos como P.I.G.S (sigla em inglês para Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha, que significa porcos). “Fomos tratados como lixo. A Grécia é o berço da Europa. Foi aqui que foi criada a política, a democracia, a filosofia ou o teatro. E não tiveram respeito por nós”.
Apesar do fantasma pairar sobre estas eleições, Vassilis não acredita que haja um risco real de a Grécia sair do euro: “Os gregos não querem isso e a União Europeia também não. Seria um mau precedente”. E garante que o país vai vencer a crise. “Sobrevivemos a 450 anos de ocupação turca, sobrevivemos à II Guerra Mundial, a uma guerra civil e a uma ditadura. O povo grego sobrevive há três mil anos e não vai sucumbir por uma simples crise económica”.
Para o escritor, os gregos, no entanto, não sairão iguais desta crise. “Sairão melhores”, garante. “Redescobrimos alguns valores que tínhamos esquecido como a importância da solidariedade e da união da família. E agora amamos a Grécia, mais do que nas últimas décadas”.