Do R7, com TV Record
Os médicos deflagram greve nesta sexta-feira (16), após recusarem a proposta do governo de pagamento escalonado dos salários e parcelamento dos benefícios atrasados em seis vezes.
No entanto, Rollemberg fez um apelo aos profissionais da saúde, lembrando que herdou uma dívida bilionária do governo anterior e por isso não tem dinheiro em caixa para pagar os salários de forma imediata.
— Nos íamos entrar com pedido de ilegalidade da greve junto à Justiça, mas atendendo pedido do Ministério Público não entramos. Temos uma reunião de negociação onde espero que prevaleça o bom senso e os médicos voltem às suas atividades para que possamos iniciar a normalização da saúde no DF. Estamos fazendo um esforço imenso para colocar as coisas em dia.
Mas, os médicos exigem que o pagamento seja feito em três parcelas até março. E avisam que a greve pretende cobrar do governo outras melhorias, além da remuneração em dia. O SindMédicos (Sindicato dos Médicos do Distrito Federal) também denuncia a falta de medicamentos, de equipamentos e até de higiene dentro das unidades de saúde.
Vistoria
Para comprovar as denúncias feitas pela categoria, o SindMédicos realizou, neste sábado, vistorias nos hospitais de Taguatinga, Ceilândia, Brazlândia e Gama. O médico Emmanuel Cardoso, que participou das visitas, classifica a situação como “caos”.
— Esse caos na saúde vem se agravando dia a dia. Nesses últimos meses nós estamos observando uma piora muito grande nesse atendimento e a classe médica não suporta mais trabalhar mais nessas condições.
O presidente do SindMédicos, Gutemberg Fialho, também denuncia o descaso com a saúde no DF e avalia que a greve apenas formaliza a falta de médicos com a qual os pacientes se deparam todos os dias.
— Nós estamos enfrentando uma situação extremamente difícil, médicos insuficientes, não tem medicamento, não tem gaze, não esparadrapo, não tem analgésico. Essa situação nós estamos denunciando há muito tempo. Nosso movimento é por melhoria das condições de trabalho. Essa deflagração da greve apenas formalizou uma situação que é normal: não tem remédio e não tem médico.
Com a greve, apenas pacientes graves estão sendo atendidos no serviços de emergência dos hospitais públicos do Distrito Federal. O Sindicato dos Médicos orienta os pacientes a procuraram o HUB (Hospital Universitário de Brasília) e o HFA (Hospital das Forças Armadas) que são mantidos com verba do governo federal e não fazem parte do movimento grevista.