Os servidores das áreas de saúde e de educação acordarão hoje, quinto dia útil do mês, sem os salários na conta. O Governo do Distrito Federal alega viver uma crise financeira e esperava conseguir antecipação de R$ 412 milhões do repasse do Fundo Constitucional referente a fevereiro para quitar os vencimentos. O Ministério da Fazenda, porém, alegou estar impedido por problemas judiciais — a lei estabelece que a verba é disponibilizada em duodécimos e, assim, seria inviável fazer o adiantamento. Ontem pela manhã, durante a transmissão de comando da Polícia Militar, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) afirmou que trabalha para fazer os pagamentos até o fim da próxima semana.
A antecipação do fundo era vista como a principal alternativa para os pagamentos. Na semana passada, Rollemberg fez um pedido expresso de ajuda ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy. O secretário de Fazenda, Leonardo Colombini, também se reuniu com outros integrantes do governo federal em busca da verba. Na segunda-feira, o chefe do Executivo local foi o único governador a prestigiar a posse de Levy. Mesmo com todo o esforço, o GDF não teve o pedido atendido.
Acompanhamento
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) acompanha a situação financeira do DF. O procurador-geral, Leonardo Bessa, informou que o MPDFT está atento, mas precisa esperar um relatório do Tribunal de Contas do DF para saber se terá que encaminhar o processo para as promotorias. “O MP tem interesse em seguir o caso, receber informações e fazer uma análise rigorosa. Até para evitar que isso ocorra novamente. É um péssimo exemplo que Brasília dá”, afirmou. Ele garantiu que a prioridade na atual gestão do MP será evitar que rombos financeiros se repitam. “Vamos priorizar o acompanhamento simultâneo de orçamento. Hoje, já é feito, mas de forma fragmentada. Estou estruturando a Procuradoria do Cidadão, a fim de que servidores possam observar o que vem acontecendo”, complementou o procurador. Informações do Correio Braziliense.