O Dia
O Palácio de Buckingham voltou a negar que o príncipe Andrew tenha mantido relações sexuais com uma menor de idade apresentada a ele por um financista norte-americano, e citou o nome da suposta vítima, cujo anonimato fora preservado em documentos judiciais apresentados na semana passada.
O Palácio de Buckingham já havia negado as alegações feitas na última sexta-feira na Justiça do Estado norte-americano da Flórida pela mulher, que disse ter sido forçada pelo financista Jeffrey Epstein, quando era menor de idade, a ter relações sexuais com várias pessoas, incluindo o príncipe Andrew, o terceiro filho da rainha Elizabeth.
Outro dos apontados pela mulher, o conhecido advogado norte-americano Alan Dershowitz, disse ter reunido uma equipe de “eminentes” advogados para contestar as alegações de abuso sexual feitas contra ele na ação apresentada na semana passada em um tribunal federal da Flórida.
As acusações vêm de uma mulher citada na ação como “Jane Doe #3”, mas o Palácio de Buckingham se referiu a ela como Virginia Roberts. Vários jornais britânicos também citaram o nome da mulher.
Dershowitz representou Epstein em um processo por crime de abuso sexual, que terminou em um acordo judicial há seis anos, pelo qual Epstein cumpriu pena de prisão por acusações estaduais, mas evitou ser levado à Justiça Federal. A apresentação da semana passada foi feita em um processo civil de longa duração movido contra o governo dos Estados Unidos, relativo ao acordo feito por mulheres que dizem ter sido abusadas por Epstein.
No domingo, o Palácio de Buckingham divulgou a segunda negativa do príncipe Andrew de que tenha feito algo errado. “É negado enfaticamente que Sua Majestade o Duque de York tenha tido qualquer forma de contato sexual ou relação com Virgínia Roberts. As alegações são falsas e sem qualquer fundamento”, disse um porta-voz do palácio.
Dershowitz disse à Reuters que sua equipe de advogados inclui Thomas Scott, ex-procurador federal na Flórida e ex-juiz federal, e Kendall Coffey, um outro ex-procurador dos EUA na Flórida, bem como advogados em Boston, Nova York e Londres que ele não quis identificar. Ele afirmou que as acusações são falsas e que os advogados da mulher sabem disso.
Buckingham nega que rainha tenha conhecido mulher envolvida em escândalo
O palácio de Buckingham, residência oficial da família real britânica, disse nesta segunda-feira que não tem conhecimento de que Elizabeth II se encontrou em uma ocasião com a mulher que teria sido obrigada a manter relações sexuais com o príncipe Andrew quando era menor de idade.
O pai da mulher, Sky Roberts, disse ao jornal “Daily Mail” que sua filha lhe comentou há alguns anos que conheceu o príncipe Andrew quando visitou Londres e que enquanto estava na capital britânica encontrou a rainha.
“Não há nada que sugera que a afirmação seja certa. Não temos nenhum registro de um encontro assim”, afirmou um porta-voz do palácio.
No fim de semana, a família real disse que o príncipe Andrew não teve “qualquer forma de contato sexual ou relação” com a mulher. “As afirmações feitas são falsas e não têm nenhum fundamento”, garantiu ontem o palácio.
O príncipe, de 54 anos, foi mencionado em um processo aberto em um tribunal da Flórida e relacionado ao milionário do mercado financeiro Jeffrey Epstein. A mulher afirma que Epstein a obrigou a manter relações sexuais com o duque de York quando tinha 17 anos.
Segundo ela, as relações ocorreram em três ocasiões, em Londres, Nova York e em uma ilha privada do Caribe de propriedade de Epstein. A denunciante alega que o banqueiro americano Jeffrey Epstein, amigo pessoal de Andrew e condenado em 2008 a um ano e meio de prisão por prostituição de menores, a apresentou a “amigos ricos e poderosos” como uma “escrava sexual”.
A Polícia Metropolitana de Londres (Met) informou que não recebeu nenhuma denúncia, mas deixou claro que investigará o caso se for acionada.
O duque de York é uma das figuras mais controvertidas da família real britânica. Em 2011, ele foi retirado do posto de enviado especial do Reino Unido para atrair investimentos estrangeiros ao país após ser revelada sua amizade com Epstein e seus altos gastos à custa do contribuinte britânico.
Com informações da EFE e da Reuters