Do G1
Policiais militares e rodoviários em greve entraram em confronto na manhã desta quinta-feira (13) durante um protesto de cobradores e motoristas em frente ao terminal rodoviário do Paranoá. Os policiais chegaram a usar spray de pimenta contra o grupo. Uma pessoa foi detida.
De acordo com o cobrador Silas Ferreira, o objetivo era chamar a atenção para a situação dos funcionários, que alegam estar sem receber salários. A Pioneira alega não ter recebido repasses do GDF. Os funcionários completam oito dias de greve nesta quinta.
“Os piratas enfraquecem nosso movimento. Assim nossa greve não faz efeito. Fez a licitação para regularizar o transporte coletivo, aí os piratas podem rodar?”, indagou Ferreira.
O cobrador disse que a manifestação era pacífica até a intervenção da polícia, que teria usado “força excessiva” para conter os manifestantes, disse. “Foi pacífico, aí teve um engraçadinho desses novatos que entrou agora [na Polícia Militar] e já veio agredindo o rapaz [um dos manifestantes]”, disse.
Um sargento do Grupo Tático Operacional disse que a manifestação estava pacífica até o momento em que um dos rodoviários depredou um micro-onibus que fazia o transporte de passageiros. Ele informou que o manifestante detido tinha uma faca e pedras nas mãos. Segundo o sargento, ele chegou a atirar pedras. O manifestante foi levado para a Delegacia do Paranoá.
“Essa pedrada quase machucou uma pessoa. Por conta disso, tivemos que intervir. Eles vieram em direção do nosso efetivo, teve desentendimento e um deles foi conduzido para a delegacia”, disse.
Greve
Com 640 ônibus a menos em circulação em nove regiões administrativas, o Distrito Federal entra nesta quinta-feira (13) no oitavo dia de greve dos rodoviários da Viação Pioneira. A categoria paralisou as atividades alegando não ter recebido o salário e o tíquete-alimentação do mês de outubro. A empresa diz que deixou de fazer o repasse porque não recebeu a verba do governo. Cerca de 200 mil pessoas foram prejudicadas.
Representantes do governo e da Pioneira se reuniram na Procuradoria-Geral do DF na última noite, mas ainda chegaram a um acordo. Segundo o DFTrans, a reunião deve continuar nesta tarde.
Nesta quarta, o secretário de Comunicação do GDF, André Duda, informou que a viação foi notificada por descobrir o contrato de prestação dos serviços de transporte público em Gama, Santa Maria, São Sebastião, Itapoã, Paranoá, Lago Sul, Jardim Botânico, Candangolândia e Park Way. O gestor afirma que o governo deve R$ 12 milhões da operação branca do Expresso DF, que funcionou por sete meses gratuitamente.
“Ela reclama de uma dívida do passado em relação a diferenças tarifárias. Ela diz que é R$ 70 milhões, o governo diz que é R$ 14 milhões”, declarou o secretário.
Duda declarou também que o governo e a empresa participação de uma reunião no Ministério Público do Trabalho nesta quinta, quando o GDF apresentará uma proposta para a Pioneira. A informação não foi confirmada pelo órgão. Caso o serviço não seja retomado, há possibilidade de aplicar multa.