Intenção de mudar
Rollemberg não confirmou se começará os trabalhos como governador na nova sede do Executivo. Apesar da previsão de entrega no próximo mês, ele pretende esperar mais um pouco para definir quando será a mudança. Uma das questões é saber se o prédio terá condições técnicas de funcionar, com água, luz, internet e móveis. No entanto, desde a época de campanha, Rollemberg manifestava a intenção de mudar para Taguatinga caso o espaço estivesse, de fato, pronto.
São 182 mil m². Uma estrutura com 16 torres, quatro delas com 15 andares, 10 com quatro andares. Os prédios são grandes, bonitos, e a impressão de quem vê de fora é de que estão praticamente prontos. Ao todo, de 12 mil a 15 mil funcionários devem ir para o local. A maioria, servidores das secretarias do governo. Haverá um edifício para a governadoria e um shopping. A estrutura ainda terá espaço para um anfiteatro, praça de alimentação, livraria e barbearia, que formarão um centro de convivência.
Segundo o secretário da Casa Militar, coronel Rogério Leão, o governo está tomando todas as providências para entregar não só a obra, mas também a estrutura necessária para funcionamento. Ontem, ele participou de uma reunião para tratar desses pontos. “Sentamos com o conselho gestor para tratar do que chamamos de termos de alteração de contrato, para viabilizar tecnologia, telefone, wi-fi e todos os detalhes que são necessários para que os prédios funcionem efetivamente”, explicou o coronel. A partir de agora, o assunto será tratado com a equipe de transição do novo governador. “Queremos incluir isso nas contraprestações da PPP (Parceria Público-Privada), como bens a serem incorporados, mas vamos conversar com a equipe porque pode ser que entendam de outra forma”, adiantou.
Ao todo, R$ 600 milhões serão investidos na obra, feita por PPP. Até agora, o GDF ainda não desembolsou nada desse valor. Começará a pagar a partir do próximo mês caso a entrega seja realmente feita. O valor da construção será pago em parcelas mensais à empresa responsável pela obra, em 22 anos, durante os quais a construtora privada fará toda a manutenção necessária nos prédios.
Impacto
Um dos principais motivos da criação e da execução do projeto de um novo centro administrativo era a necessidade de diminuir ou até mesmo acabar com os aluguéis que o governo despende para abrigar pastas e órgãos do Executivo. O Instituto de Defesa do Consumidor (Procon-DF), por exemplo, paga aproximadamente R$ 100 mil por mês por um espaço no Shopping Venâncio, no Centro de Brasília. Em uma das últimas contas feita pelo atual governo, a previsão, com a mudança para o Centrad, era reduzir os gastos com pagamento de aluguéis e de serviços de vigilância e manutenção predial em cerca de R$ 11 milhões por mês.
Outro ponto relevante para o governo foi a mobilidade urbana. Como boa parte dos serviços públicos funcionam no centro de Brasília, o fluxo de carros é maior nesse sentido. Resultado: engarrafamentos diários. Com a inversão do trânsito, haveria a redução desses congestionamentos. Além da estação de metrô em frente ao prédio, a construção do túnel no Centro de Taguatinga e a futura implantação do BRT visam diminuir o tráfego.