Terminou sem acordo o segundo dia de greve dos rodoviários da viação Pioneira, que reivindicam o pagamento dos salários referentes a outubro. Nesta sexta-feira (7), passageiros tiveram novamente de recorrer ao transporte pirata ou enfrentar filas na Rodoviária do Plano Piloto, em Brasília, na volta para casa.
O DFTrans informou que vai pedir dinheiro a outras áreas do governo para conseguir quitar as dívidas, já que não tem mais orçamento para pagar as despesas no setor de transporte neste ano. Com a paralisação, 200 mil pessoas estão sem ônibus em nove regiões do Distrito Federal.
Motoristas e cobradores da empresa reclamam que não receberam o auxílio-alimentação do último mês. Os valores e benefícios deveriam ter sido depositados nesta quarta (5), segundo o Sindicato dos Rodoviários do DF.
Nesta quinta, os passageiros tiveram de enfrentar até duas horas de fila na volta para casa. Os usuários encontraram lotação nos terminais e altos valores cobrados pelo transporte pirata. Motoristas de transporte irregular disseram que os lucros nesta quinta foram maiores do que em dias normais.

rodoviários no DF (Foto: Dayane Oliveira/G1)
O motorista Benedito Braga disse que cobrou R$ 3 pela passagem em um trajeto com custo de R$ 2. “Com certeza é melhor quando tem greve. Vai lotado, sim”, disse Braga. Ele afirmou que nesta quarta-feira lucrou R$ 400 somente durante a tarde. Em dia normal, fatura R$ 300 durante todo o dia.
O chefe do núcleo de relação com a comunidade do DFTrans, Luiz Carlos Machado, disse que o transporte pirata deve ser “a última opção” do passageiro. “Algumas empresas abastecem as mesmas cidades que a Pioneira. Nos casos em que isso não acontece, o melhor é ligar para o patrão e dizer que não tem como ir.”
A Polícia Militar foi chamada para evitar tumultos na Rodoviária do Plano Piloto nesta quarta-feira. A corporação também esteve no terminal nesta quinta. Segundo a corporação, não houve registro de ocorrências durante os dois dias
No último dia 22, rodoviários da empresa que operam linhas do Gama e de Santa Maria fizeram uma paralisação-relâmpago por falta de pagamento de adiantamento salarial. Os trabalhadores retornaram ao serviço depois de uma hora.
A última greve envolvendo todos os rodoviários da Pioneira começou no dia 6 de outubro. O grupo pedia o parcelamento do desconto do Imposto de Renda, INSS e taxa sindical, além do pagamento de horas extras.
Com isso, 576 veículos deixaram de rodar, afetando 100 mil passageiros de Taguatinga, Ceilândia – duas das regiões mais populosas do DF – e Brazlândia. O Tribunal Regional do Trabalho determinou o fim da paralisação. Informações do G1.