Ana Cláudia Barros, do R7*
Motoristas de ônibus da cidade de São Paulo cruzam os braços, nesta quarta-feira (5), como forma de protestar contra a falta de segurança da categoria e a morte de um condutor há duas semanas, na zona norte. As atividades serão suspensas das 10h às 14h, fora dos horários de pico, segundo confirmou ao R7 a assessoria de imprensa do Sindmotoristas (Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano). A intenção é parar todos os 32 terminais da capital. Ao todo, deixarão de sair das garagens 14.300 coletivos, conforme expectativa do sindicato.
Nesta manhã, em coletiva de imprensa, a categoria irá detalhar a paralisação. Por volta das 11h40, o evento ainda não havia iniciado, mas o sindicato informou que o objetivo do protesto desta quarta-feira é chamar a atenção da sociedade e envolver a população no debate sobre violência.
Ainda segundo o sindicato, 20 profissionais, entre cobradores e motoristas, estão afastados em função de lesões sofridas em ataques a coletivos e mais de 100 trabalhadores da categoria estão longe de suas funções devido a traumas psicológicos.
A entidade divulgou, em carta aberta, que, de acordo com a SPTrans, 128 ônibus foram incendiados na capital e 191 foram depredados neste ano. As regiões periféricas são onde os ataques ocorrem com mais incidência e o horário noturno é o período com mais registros.
O Sindmotoristas espera que a manifestação de amanhã conte com adesão de 100% da categoria — cerca de 35 mil trabalhadores. O ato terá, ainda, o apoio da base sindical da UGT (União Geral dos Trabalhadores) e de outras entidades.
Por volta das 16h desta terça-feira, será realizada na sede do sindicato, na Liberdade, região central, uma assembleia preparatória para o ato de amanhã. Durante o encontro, serão feitos os últimos encaminhamentos para a paralisação.
Morte
Um dos objetivos da mobilização é protestar contra a morte do motorista John Carlos Soares Brandão, que teve o corpo queimado por criminosos enquanto trabalhava em uma linha da Viação Santa Brígida em outubro, no Jaraguá, zona norte. O condutor ficou alguns dias internado no Hospital Estadual de São Mateus, na zona leste, mas não resistiu aos ferimentos. Ele morreu na semana passada.
No final de outubro, o sindicato promoveu uma passeata pelo centro da capital, cobrando justiça e maior proteção dos profissionais que trabalham no setor. A manifestação saiu da sede da entidade, na Liberdade, e passou pelas secretarias municipal dos Transportes e estadual da Segurança Pública.
*Com informações do Estadão Conteúdo