O Papa Francisco beatificou neste domingo, durante uma missa assistida por milhares de pessoas na Praça de São Pedro, no Vaticano, o papa Paulo VI, que liderou a Igreja Católica entre 1963 e 1978. Entre os espectadores estava o papa emérito Bento XVI — que foi nomeado cardeal pelo próprio Paulo VI em junho de 1977.
Depois do ritual do pedido de beatificação, Francisco pronunciou a fórmula em latim que declarava beato o pontífice que encerrou o Concílio Vaticano II, conferências que buscaram modernizar a Igreja e atrair os cristãos realizadas entre 1962 e 1965, e que assinou importantes encíclicas como a ‘Humanae Vitae’.
Francisco estabeleceu que “a partir de agora o papa Paulo VI será chamado beato e sua festa se realizará, nos lugares e segundo as regras estabelecidas, em 26 de setembro de cada ano”.
O milagre atribuído à Paulo VI, e que o permitiu ser beatificado, é a cura de um feto diagnosticado com graves problemas cerebrais no início da década de 1990 na Califórnia. A mãe se recusou a abortar e rezou para o papa para salvar a criança, que nasceu saudável.
No altar foi exposta a camiseta ensanguentada de Paulo VI, depois de um atentado, em 1970, quando um pintor boliviano o apunhalou duas vezes na chegada ao aeroporto de Manila, nas Filipinas.
Além disso, o novo beato foi o primeiro a realizar viagens internacionais, a começar pela Terra Santa — onde teve lugar um encontro histórico com o patriarca da Igreja Ortodoxa Atenágoras — e incluindo a passagem por Fátima a 13 de maio de 1967 e o discurso na sede da Organização das Nações Unidas, em Nova York, em 4 de outubro de 1965.