Ministro da Justiça determina envio de tropas da Força Nacional a SC

 

Do G1 SC

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, informou em coletiva na noite desta sexta-feira (3) que tropas da Força Nacional de Segurança serão enviadas a Santa Catarina. Ele não revelou detalhes da ação. Disse apenas que os soldados chegam ao estado por volta da 0h deste sábado (4) e que os efetivos vão reforçar as equipes das polícias Federal e Rodoviária Federal.

Cardozo chegou no final da tarde desta sexta-feira (3) a Santa Catarina para debater ações para controlar a terceira onda de atentados no estado. O avião pousou por volta das 18h em Florianópolis e o ministro foi recebido pelo governador em exercício, Nelson Schaefer Martins.

De acordo com a assessoria de comunicação do Governo do Estado, a reunião com a cúpula da segurança pública foi realizada no gabinete do governador, no Centro Administrativo de Santa Catarina, e terminou por volta das 20h.

Até a tarde desta sexta-feira foram confirmados 64 ataques e outras oito ocorrências relacionadas. Segundo o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), a ordem para estas ações partiu de detentos catarinenses que foram transferidos para o Presídio Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, no início de 2013, após a segunda onda de ataques. De acordo com a Polícia Civil, a mensagem de ataques foi recebida por integrantes da facção criminosa do Complexo Penitenciário de São Pedro de Alcântara, na Grande Florianópolis, e retransmitida para membros de todo o estado.

Ataques da tarde desta sexta
De acordo com a Polícia Militar, em Joinville, três homens encapuzados, sendo dois armados, pararam o veículo, mandaram os passageiros descerem, jogaram gasolina e atearam fogo. Eles fugiram em seguida e até as 17h, a Polícia Militar continuava em busca dos suspeitos.

Ninguém ficou ferido, mas uma casa de madeira que fica às margens da rua onde o ônibus foi parado, acabou parcialmente incendiada. O ataque foi na região de invasão Dilson Funaro, no Loteamento Ulysses Guimarães.

No início da tarde desta sexta-feira, outro ônibus foi alvo da ação criminosa, em Florianópolis. De acordo com a Polícia Militar, apenas o pneu ficou danificado porque o princípio de incêndio foi controlado pelos agentes públicos. O veículo estava estacionado no ponto final da comunidade Vila Aparecida, bairro Coqueiros, quando foi ateado fogo na roda e no interior. Ninguém ficou ferido e os suspeitos

Terceira onda de ataques em SC

Desde o dia 26 de setembro, segundo a PM, 26 ônibus foram incendiados, 18 casas e três carros particulares de agentes públicos danificados. Outros sete veículos de civis foram danificados, além de seis bases e o quatro viaturas policiais atingidas. Além disso, quatro prédios públicos foram alvo da ação criminosa e um posto de gasolina.

Segundo o último relatório da corporação, 34 suspeitos foram presos e 10 adolescentes apreendidos, por envolvimento com os ataques. Dois homens morreram em confronto com a PM e um ex-agente prisional foi assassinado na frente de casa. Outras duas mulheres ficaram gravemente feridas após serem atropeladas no ponto de onibus destruído por criminosos em fuga após um ataque a base da Polícia Militar, em Floorianópolis.

Ordem parte dos presídios

O delegado responsável pela divisão de repressão ao crime organizado da Deic, Procópio Silveira Neto, disse que as ordens dos ataques partiram de presos transferidos de Santa Catarina para a Penitenciária Federal de Mossoró (RN). Segundo ele, os apenados daquele estado se comunicam com os que estão na penitenciária catarinense de São Pedro de Alcântara. “[As ordens partiram] de Mossoró para São Pedro de Alcântara e daí se difundiram para rua”, complementa.

De acordo com o Ministério da Justiça, “não há qualquer indício de contato direto entre os presos transferidos e os presos ou lideranças de organizações em Santa Catarina“. Em nota, o órgão informou que continuará à disposição do estado para dar apoio e suporte no enfrentamento ao crime organizado. O texto ressalta que as quatro unidades prisionais federais do país “observam estrito regime de segurança máxima”. Indica ainda que em oito anos, desde que foram instituidas, “não foi registrada a apreensão de nenhum aparelho telefônico nas dependências das unidades”.

Esta terceira onda de ataques, segundo a polícia, é coordenada pela mesma facção criminosa das duas anteriores. Em fevereiro de 2013, 37 homens, que estavam detidos em unidades prisionais catarinenses foram transeferidos para o Rio Grande do Norte e três para Porto Velho. Eles foram movidos na intenção de desarticular a facção criminosa que estava em atuação na segunda onda criminosa, entre 30 janeiro e 3 de março daquele ano. Nesse período, ocorreram 114 atentados em 37 cidades catarinenses, segundo a PM. Antes, em 2012, ocorreu a primeira onda de atentados no estado, com 63 alvos de 18 a 11 de novembro.

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