Myrcia Hessen, do R7
— O fato de sair de vice para governador não muda em nada. Lá [no plano de governo] está o que achamos que é bom para a cidade, eu ajudei a formular. Eu fico até com pena [de saber que pode cair nas pesquisas eleitorais] porque eu tenho absoluta convicção de que posso fazer um belo trabalho. Se a população não quiser, tudo bem, vamos ter que aguentar mais quatro anos de problema. Mas, se estou com 17% no tred está bom, vamos ver até o final, acho que vamos ganhar no primeiro turno.
Por ter ficado fora da política nos últimos anos, o candidato admitiu a dificuldade de captar votos dos jovens. Isso porque, segundo ele, os mais novos não conhecem seu trabalho.
— Roriz já disse que me apoia, as pessoas mais velhas já conhecem meu trabalho, mas os mais novos não sabem o que eu administrei, como funcionou. A ideia que eles têm é de que todo político é bandido. Eu vou procurar, através da imprensa, dos programas eleitorais, mostrar o que a gente fez para ganhar esses votos.
Comerciantes
Frajat também afirmou, durante sabatina na Fecómercio (Federação do Comércio de Brasília), que tem experiência que seus concorrentes não têm e, por isso, vai saber valorizar os comerciantes da cidade. Para ele, é preciso acabar com as críticas e com o preconceito que existe contra as pessoas bem sucedidas em seus empreendimentos. Só assim, segundo o candidato, é possível trazer o desenvolvimento para o Distrito Federal.
— Você vai nos Estados Unidos e as pessoas elogiam, porque você cresceu na vida. Aqui não, você ser um vencedor é um defeito. Por essa razão, eu quero reestabelecer a dignidade da sociedade. Queremos vocês [os comerciantes] como parceiros para produzir, para treinar pessoal.
Ele defendeu sua candidatura afirmando ter chegado em Brasília no começo da cidade, quando ainda se comia pastel com poeira e, por isso, tem compromisso com o local e espera ganhar os votos da população e continuar o “sonho do desenvolvimento”.
— Temos o voto, temos o direito de dizer não para aquele [candidato] que não tem compromisso com a nossa cidade. Nós comemos a poeira de Brasília. Eu era médico recém-formado e eu tinha que pegar ônibus para dar plantão e tinha um indivíduo que vendia pastel na parada. Daí um rapaz pediu um com canela (risos), ele achava que era canela. A gente comeu essa poeira e agora vamos entregar a cidade para alguém que não tem compromisso? Vamos mostrar que viemos aqui para construir uma cidade nova.
Máquina pública
O candidato também prometeu durante a sabatina que vai “enxugar a máquina pública” para acabar com o “congestionamento do governo”. Frajat afirma que hoje existem 40 secretarias trabalhando para o governo do Distrito Federal, número considerado exagerado por ele.
— Temos que diminuir a máquina pública. Ou nós diminuímos o volume dessas pessoas empregadas indevidamente [sem concurso público] ou tudo vai continuar a mesma coisa.
Frejat acredita que, enxugando máquina pública, o Distrito Federal fará uma economia “vultuosa” com folha de pagamento. Desta forma, seria possível investir mais em saúde, educação e melhorias para a cidade.
— Não vou falar de números porque podem estar errado, mas eu garanto que a economia será vultuosa. Nós temos R$ 33 bilhões e R$ 32,3 são aplicados no funcionamento da máquina. Não tem cabimento isso. É como nas empresas, se eu colocar uma porção de empregado sem atividade, ela vai falir.
Puxadinhos
O candidato Jofran Frejat não soube responder às perguntas dos comerciantes sobre os puxadinhos do comércio da Asa Norte. Segundo ele, hoje existe uma lei temporária, que está sendo prorrogada para manter “uma coisa” que já se estabeleceu e, sendo assim, não há muito o que ser feito.
— Nas superquadras as lojas todas deveriam ter virado quadra, mas não aconteceu. Houve alguns equívocos, até porque ninguém imaginava que Brasília chegasse a esse nível de desenvolvimento. O que se pode fazer agora? Qual o caminho? Para isso vou ter que conversar com vocês.
Mesmo falando para comerciantes, Frejat garantiu que, se eleito, não vai prejudicar a população para beneficiar o seguimento.
— Eu sei que o pessoal reclama que não consegue passar ali [por conta dos puxadinhos], mas o empreendedor precisa ampliar seu local de trabalho. Então, como faz? Gostaria de esclarecer essa questão em paz, tanto para a população como para os investidores. Esses puxadinhos devem ter um caminho, vocês que têm que me dizer.