Preso major da PM que guardava R$ 420 mil em espécie em casa

  Ana Cláudia Costa e Vera Araújo, O Globo

Policiais encontram R$ 280 mil em espécie na casa do major Edson. Segundo os agentes, o oficial está viajando – / Divulgação

O major da Polícia Militar Edson Alexandre Pinto de Góes, subcomandante do Comando de Operações Especiais (COE), entregou-se, na manhã desta terça-feira, na 1ª Delegacia de Polícia Militar Judiciária (DPJM), no Méier, na Zona Norte do Rio. Ele é acusado de integrar o esquema de corrupção na PM desbaratado nesta segunda-feira na operação Amigos S.A. Na casa do major, agentes encontraram R$ 420 mil em espécie e joias. Já o mototaxista José Ricardo de Jesus Oliveira, que recolhia propinas para a quadrilha e estava foragido, foi preso na manhã desta terça em uma operação na Vila Aliança, na Zona Oeste, por agentes da Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança.

Integrante da quadrilha que arrecadava propinas de comerciantes, mototaxistas e cooperativas de vans em Bangu, o major Edson tinha a missão de controlar todos os comandantes de companhias do 14º BPM (Bangu). A esses comandantes, ele pedia repasses de propinas e valores em dinheiro para que permanecessem em suas funções. O major Edson, segundo as investigações, tinha ainda a função de motivar as equipes que estavam nas ruas a aumentar o faturamento da quadrilha.

Ligado diretamente ao coronel Alexandre Fontenelle, ex-comandante do COE e ex-integrante cúpula da PM, o major Edson foi o responsável por colocar no bando o sargento Luiz Fernando Paganini – também denunciado e preso – na organização considerada pelo Ministério Público como uma “grande empresa”. O sargento ficou incumbido de forçar integrantes da cooperativa de vans de Rio da Prata a pagar as propinas. Na denúncia do MP, há a informação de que a ordem do major ao sargento era de que as equipes “batessem nas vans da cooperativa”, forçando-a, assim, a pagar a propina e entrar no esquema.

Organograma da quadrilha de PMs presa em operação na segunda-feira – / Editoria de Arte

Já a função do mototaxista José Ricardo de Jesus Oliveira, apelidado de Buda pelo grupo, era recolher a propina. Ele passava no comércio, em pontos de vans e mototáxis às sextas-feiras e aos sábados.

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