Ana Cláudia Costa e Vera Araújo, O Globo

O major da Polícia Militar Edson Alexandre Pinto de Góes, subcomandante do Comando de Operações Especiais (COE), entregou-se, na manhã desta terça-feira, na 1ª Delegacia de Polícia Militar Judiciária (DPJM), no Méier, na Zona Norte do Rio. Ele é acusado de integrar o esquema de corrupção na PM desbaratado nesta segunda-feira na operação Amigos S.A. Na casa do major, agentes encontraram R$ 420 mil em espécie e joias. Já o mototaxista José Ricardo de Jesus Oliveira, que recolhia propinas para a quadrilha e estava foragido, foi preso na manhã desta terça em uma operação na Vila Aliança, na Zona Oeste, por agentes da Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança.
Ligado diretamente ao coronel Alexandre Fontenelle, ex-comandante do COE e ex-integrante cúpula da PM, o major Edson foi o responsável por colocar no bando o sargento Luiz Fernando Paganini – também denunciado e preso – na organização considerada pelo Ministério Público como uma “grande empresa”. O sargento ficou incumbido de forçar integrantes da cooperativa de vans de Rio da Prata a pagar as propinas. Na denúncia do MP, há a informação de que a ordem do major ao sargento era de que as equipes “batessem nas vans da cooperativa”, forçando-a, assim, a pagar a propina e entrar no esquema.

Já a função do mototaxista José Ricardo de Jesus Oliveira, apelidado de Buda pelo grupo, era recolher a propina. Ele passava no comércio, em pontos de vans e mototáxis às sextas-feiras e aos sábados.