Rollemberg vira alvo em debate por ingressar no serviço público sem concurso

Myrcia Hessen, do R7

O candidato ao governo do Distrito Federal Rodrigo Rollemberg (PSB) foi o principal alvo de críticas no debate desta terça-feira (3) por ter ingressado no serviço público sem ter prestado concurso. A questão foi levantada por Agnelo Queiroz (PT) que acusa Rollemberg de não praticar o que fala, já que tem criticado o fato de as administrações regionais do DF serem comandadas por pessoas não concursadas.

— Rodrigo tem que ter coerência, praticar o que fala. Ele entrou no serviço público pela janela e o salário dele [como servidor do Senado] é maior que o de senador.

Em resposta, Rodrigo Rollemberg explicou que ingressou no Senado muito jovem, em 1980, quando ainda não se exigia concurso público. Para ele, os ataques de Agnelo só demonstram o “medo” que seu concorrente tem sentido por conta das pesquisas eleitorais, que garantem o segundo turno na corrida eleitoral do DF.

— Eu entrei em 1980, não se era exigido o concurso público. Mas eu agradeço porque eu trabalhei e isso me deu experiência de processo legislativo. Eu valorizo o servidor público, ajudei a aprovar a Lei Geral do Serviço Público. É natural virar alvo, eles estão desesperados porque as pesquisas mostram que estamos no segundo turno.

Durante o debate, promovido pela TV Brasília em conjunto com o Correio Braziliense, Rollemberg lembrou que o governo Agnelo Queiroz tem um déficit de mais de R$ 1 bilhão, podendo chegar a R$ 2 bilhões. Segundo ele, seu concorrente deveria se sentir “constrangido” em se apresentar novamente como candidato, mesmo com dados “tão ruins”. Neste momento, Agnelo subiu o tom e disse que Rollemberg é “um senador sofrível”.

— Eu fiz mais de cinco mil obras. Fiz seis UPAS, nove clínicas da família, enfrentei a derrubada do Caje. É um governo que tem eficiência quando gasta. Ano passado fiz o maior investimento do DF, foram R$ 2,3 bilhões. Agora, se a atuação do seu governo for igual a sua atuação como senador, será lamentável, porque você foi um senador sofrível

Modelo de governo

O candidato ao governo do Distrito Federal José Roberto Arruda (PR) também conseguiu esquentar o debate ao dizer que seus concorrentes Agnelo Queiroz (PT), Rodrigo Rollemberg (PSB) e Toninho do PSOL são “tão parecidos” que até “vestem a mesma roupa”. Segundo ele, seu modelo de governo será bem diferente do apresentado por eles.

— Os três defendem um estado mas intervencionista, eu defendo um estado mais enxuto, com menos custeio e mais investimento.

O candidato Luiz Pitiman (PSDB) concordou com a fala de Arruda, mas acrescentou que é preciso diminuir a máquina pública, “parar de se preocupar com apadrinhamento” e visar os resultados.

— Precisamos construir alternativas para que o governo verdadeiramente cuida das pessoas. Tenho sentido falta de saúde, transporte, segurança e, no dia a dia, vejo que isso só tem piorado.

Baixa representatividade

O candidato Toninho do PSOL foi questionado por jornalistas sobre como ele pretende governar o Distrito Federal com a baixa representatividade de seu partido na CLDF (Câmara Legislativa do Distrito Federal). Segundo ele, essa fato não representará um problema porque suas propostas são fundamentais e, em seu possível governo, a população brigará para que ele consiga emplacar todas as ideias.

— Todas as propostas apresentadas só têm efetividade se houver a participação popular, um povo organizado, fazendo pressão no parlamento. Com um forte movimento social, eu tenho certeza que a população saberá como pressionar. Eu tenho muita confiança no povo.

Pesquisa

A pesquisa Ibope divulgada no último dia 26 revela que o ex-governador José Roberto Arruda (PR) continua à frente da corrida eleitoral com 37% dos votos. Trata-se de um crescimento de cinco pontos percentuais, quando comparado com a pesquisa anterior.

Em seguida, aparece o governador Agnelo Queiroz (PT), com 16%, empatado com o senador Rodrigo Rollemberg (PSB).

Toninho do PSOL está com 4%, ficando à frente do deputado federal Luiz Pitiman (PSDB), com 3%. Perci Marrara (PCO) nem chegou a pontuar.

Dentre os eleitores ouvidos, 17% disseram que ainda não sabem em quem votarão ou simplesmente não souberam responder às perguntas.

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