O GLOBO

A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA, na sigla em inglês) divulgou um comunicado onde “solicita, urgentemente, US$ 115 milhões (R$ 259 milhões) para prestar assistência de emergência a até 150 mil pessoas” na Faixa de Gaza. De acordo com a nota, US$ 38 milhões serão destinados ao fornecimento de comida, água potável, itens de primeira necessidade — higiene e remédios — e apoio psicossocial.
O comunicado, que pede doações pelo site unrwa.com/ donate, informa que “a escalada dramática da ofensiva terrestre israelense resultou em um aumento maciço de pessoas deslocadas, com muitas delas procurando segurança nos abrigos de emergência da UNRWA, após danos significativos em casas e outros edifícios civis”. De acordo com a nota, já há mais de cem mil palestinos refugiados em 67 abrigos, número que cresce a cada hora.
“A situação está se deteriorando rapidamente, e o fluxo de deslocados internos é tal que todas as escolas da UNRWA na Cidade de Gaza e ao Norte já estão abertas como abrigos, providenciando assistência àqueles que necessitam. Abrigos adicionais estão abertos na região central, além das cidades de Khan Younis e Rafah”, acrescenta o comunicado. Após um 2013 quase sem conflitos, na região, o número de desalojados palestinos pela atual Operação Limite Protetor já chega a quase 10% da população de Gaza, de 1,8 milhão de pessoas, e é três vezes maior do que o registrado na Operação Chumbo Fundido, na virada de 2008 para 2009.
O número de palestinos que dependem de doações de alimentos da URNWA saltou de 80 mil, em 2000, para mais de 830 mil, hoje, atendidos em oito campos de refugiados, onde trabalham cerca de 12,5 mil funcionários da ONU. A principal explicação é o bloqueio imposto por Israel à Faixa de Gaza, desde que o Hamas assumiu à força o governo do território, em 2007. Ainda segundo o comunicado da URNW, a verba também vai permitir que as atividades de rotina recomecem o mais rápido possível, tão logo cessem as hostilidades.