Ana Maria Campos, Correio Braziliense
O ex-governador Joaquim Roriz (PRTB) embarcou ontem para São Paulo com a expectativa de se submeter a um transplante de rim. A cirurgia, no entanto, foi suspensa por decisão médica pela equipe do Hospital do Rim e Hipertensão, um dos centros de referência no país para esse tipo de procedimento. Aos 77 anos, com insuficiência renal grave, Roriz receberia o orgão de uma mulher de 60 anos que morreu ontem de manhã em Brasília, vítima de um ataque cardíaco.
Pela análise realizada pela Central de Transplantes, o rim era altamente compatível com o organismo de Roriz, o que representaria um risco menor de rejeição. Mas o ex-governador não foi considerado apto a receber o orgão. Os exames são severos e qualquer detalhe que possa complicar a cirurgia ou a recuperação do paciente impede o transplante. Os médicos de São Paulo descartaram o procedimento ontem à noite, depois de uma avaliação criteriosa, porque Roriz vem tomando um anticoagulante para evitar tromboses, uma vez que estava em permanente repouso em casa.
O medicamento destinado a afinar o sangue para facilitar a circulação deve ser suspenso no mínimo 10 dias antes do transplante porque pode provocar hemorragias num paciente que se submete a uma cirurgia.
Toda a família de Roriz embarcou com ele ontemà tarde para São Paulo, preparada para acompanhar um procedimento de alto risco. Além da mulher, Weslian, estão com o ex-governador as deputadas Jaqueline e Liliane Roriz, além de Wesliane, a mais velha. O ex-governador é diabético e teve duas pontes de safena implantadas no coração no ano passado.
A Central de Transplantes estava preparada para enviar o rim a São Paulo, mas, com o laudo da equipe médica, entregou o rim para outro receptor que também estava na fila.
No começo da semana, a filha do meio de Roriz, a deputada federal Jaqueline Roriz (PMN), passou por exames clínicos com a intenção de avaliar a compatibilidade para doar um dos rins ao pai. Essa possibilidade volta, agora, a ser cogitada, desde que o ex-governador possa receber o órgão. Há um ano, Roriz enfrenta uma rotina de diálises diárias na própria casa, no Park Way. Uma equipe médica o acompanha diariamente.
Por causa da iminência do transplante, Roriz tem se mantido longe da política e não participa das negociações relacionadas à campanha eleitoral.Ele tem sido representado pela mulher, Weslian.
Esta é a segunda vez que Roriz tem a chance de ganhar um rim novo. Há um mês, um outro doador compatível surgiu, mas a operação foi descartada porque o órgão já tinha sido retirado havia mais de 24 horas.