Um grupo de manifestantes protestava em frente ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, no Centro, por volta das 17h30 desta terça-feira (22). Eles querem a liberdade de cinco acusados de atos violentos presos preventivamente após denúncia do Ministério Público e também o relaxamento da prisão de outros 18 foragidos. O Batalhão de Choque estava no local neste horário. Depois do ato na porta do TJ, o grupo percorreu ruas do Centro, chegou a fechar a Avenida Rio Branco e às 19h30 chegou à Cinelândia. O grupo ocupou a escada da Câmara e até o horário o protesto seguia de maneira pacífica.
Segundo a Polícia Militar, o grupo de manifestantes reunia 300 pessoas no momento do fechamento da via. O ato começou em frente ao TJ-RJ, quando os manifestantes “limparam” o piso na entrada do prédio em protesto à decisão do juiz de determinar a prisão preventiva dos ativistas. O grupo também protestou contra truculência de policiais e pelo fim da Polícia Militar.
Por volta das 18h, a segurança na porta do Tribunal de Justiça estava reforçada. Até este horário, no entanto, não havia registro de confronto. Às 18h50, o grupo seguiu para a Avenida Presidente Antônio Cinelândia. Às 19h09, a Avenida Rio Branco foi fechada.
Diligências
O protesto acontece em um dia em que Polícia do Rio faz diligências para procurar os 18 manifestantes foragidos, acusados de planejar protestos violentos, de acordo com denúncia do Ministério Público. Dentre eles, a advogada Eloisa Samy que teve o pedido de asilo político negado no consulado do uruguai, na segunda (21). No total, 23 pessoas foram denunciadas pelo MP e, nesta terça, 21 delas devem ter o habeas corpus julgado pelo Tribunal de Justiça do Rio, de acordo com os advogados de defesa.

O pedido coletivo para 20 deles foi feito pelo Instituto de Defesa de Direitos Humanos (DDH). No documento, não estão incluídos os nomes de Eloysa Samy — defendida pela Comissão de Prerrogativas da OAB-RJ, que também fez o seu pedido de habeas corpus —, nem a dupla acusada de provocar a morte do cinegrafista Santiago Andrade: Fábio Raposo e Caio Silva.
Segundo a assessoria de imprensa da Ordem de Advogados do Brasil (OAB-RJ), o desembargador que vai julgar o processo pediu mais documentos sobre a acusação para se posicionar sobre um eventual habeas corpus. A decisão está a cargo de Siro Darlan, da 7ª Câmara Criminal, que está vinculado ao processo após assinar outros habeas corpus do processo. Dos 18 foragidos, 11 chegaram a ter o pedido de liberdade assinado por ele.
Escutas
Uma nova gravação telefônica, obtida pelo RJTV (veja no vídeo) e feita com a autorização da Justiça, mostra dois dos cinco presos, a professora Camila Jourdan e o namorado Igor D’Icarahy, conversando sobre a confecção de explosivos. Segundo os investigadores, “canetas” e “livros” significam explosivos.
Camila: – Eu tenho que saber onde foram parar as coisas, não é brincadeira não, aquilo deu um trabalho do caralho.
Igor: – Então passa lá pra falar com ele. Eu passo amanhã, não sei…
Camila: – Mas as canetas também não estavam lá, não?
Igor: – É… sim, sim… depois a gente conversa.
Camila: – Agora eu não vou ficar tranquila assim.
Igor: – Está tudo bem, é isso.
Camila: – Ah, tá. Então está bom, não vou comprar mais nada de novo se tiver sumido, nem vou ter o trabalho de ficar aqui fazendo, mas está tudo bem..