
Uma jornalista baiana foi impedida de tirar uma fotografia para renovar seu passaporte por causa de seu cabelo “black power” na última terça-feira em Salvador. Lília de Souza, que queria renovar o documento em um posto do Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC) da Polícia Federal em Salvador, precisou prender o cabelo para que o sistema aceitasse sua foto.
De acordo com o relato da jornalista, ela ainda insistiu em fazer a imagem com o cabelo solto. “(A policial) tentou algumas vezes, e o sistema não permitiu. Tive que prender meu cabelo com uma borracha daquelas de escritório, que eles arrumaram e me deram.”
Lília afirma que ficou constrangida com a situação. “Cansada, depois de um dia em uma fila, saí de lá arrasada. E, assumo, impotente, chorei do lado de fora do SAC”, relata. Segundo a jornalista, ao conversar com duas policiais, ambas afirmaram que “isso sempre acontecia com pessoas com o cabelo como o meu” e que isso “não tinha nada a ver com racismo”.