Cotijuba é opção de destino rústico e paradisíaco

Cotijuba é opção de destino rústico e paradisíaco (Foto: Cezar Magalhães)

Cotijuba é uma ótima opção para quem busca tranquilidade nas férias. (Foto: Cezar Magalhães)

Com quinze quilômetros de litoral, a ilha de Cotijuba tem se tornado uma rota alternativa de turismo e diversão, principalmente por pessoas de baixa renda, que procuram o lugar para se divertir. A ilha, que recebeu este nome pelos índios Tupinambás que habitavam o local, foi transformada em Área de Preservação Ambiental em 1990, através de lei municipal – cujo texto diz que é obrigatória a manutenção da vasta cobertura vegetal e é proibida a circulação de veículos motorizados, exceto os de segurança e saúde.

No entanto, para quem visita o local, não é o que se vê. O transporte de passageiros é realizado por charretes movidas por tração animal e bondinhos movidos por tratores agrários, o que desmente e desafia o texto da lei: os tratores são veículos automotores e despejam na natureza uma enorme quantidade de fumaça, poluindo o ambiente.

Mesmo assim, a ilha de Cotijuba ainda possui uma infraestrutura rústica, onde o visitante pode admirar o pouco que restou das primeiras moradias do lugar. Entre esses atrativos estão as ruínas do antigo presídio para onde eram mandados os infratores mais perigosos da capital e do Estado – um espaço, que não deixa de ser visitado, pois atrai a curiosidade de quem vai à ilha pela primeira vez.

Há também as ruínas do velho engenho, as praias e ainda é possível alugar uma pequena embarcação para conhecer, por água, as maravilhas que o lugar oferece.

As comunidades de Cotijuba vivem basicamente da pesca e da agricultura de subsistência. Além disso, o turismo na ilha ainda é movimentado por pessoas de baixa renda, que na sua maioria mora na periferia da capital paraense. Elas procuram a ilha atrás de lazer nas praias e de outras belezas naturais.

As praias do Farol, Flecheira, Praia do Amor, da Saudade e Praia Funda, além da mais distante e pouco visitada, a praia do Vai Quem Quer, são as que mais atraem os visitantes, todas banhadas pelas águas da Baía do Marajó e apropriadas ao banho. A praia do Vai Quem Quer fica a nove quilômetros do porto da ilha. Ela possui infraestrutura simples, com pousadas rústicas e bares que servem comida caseira.

TUPINAMBÁS

Conta a história que os primeiros habitantes da ilha de Cotijuba foram os índios Tupinambás. Em tupi, o nome significa “Trilha Dourada” – talvez uma alusão às muitas falésias que expõem a argila amarelada que compõe o solo da ilha.

A integração da ilha à cidade de Belém se iniciou em 1784, com a comercialização do arroz cultivado no Engenho Fazendinha. Com a desativação do engenho, Cotijuba passou a ser habitada também por famílias caboclas que sobreviviam do extrativismo.

Em 1933, quando a criminalidade infanto-juvenil em Belém atingiu índices alarmantes por conta da estagnação econômica regional, após o declínio do Ciclo da Borracha, foi inaugurado na ilha o Educandário Nogueira de Faria, construído para abrigar menores infratores.

Durante a ditadura militar, as instalações do educandário também abrigaram presos políticos. Em 1945, imigrantes japoneses chegaram à ilha, ensinaram técnicas agrícolas aos educandos e, em 1951, fundaram a Cooperativa Mista de Cotijuba Ltda., em parceria com os agricultores locais.

Em 1968, foi construída uma penitenciária na ilha e, por algum tempo, educandário e presídio coexistiram. Porém, logo o educandário foi extinto e Cotijuba se transformou em ilha-presídio, recolhendo condenados e presos políticos, adultos e menores, com um sistema penal violento e arbitrário.

Foram esses menores e presidiários que construíram o sistema viário da ilha, que se mantém pouco modificado até os dias atuais. Em 1977, com a inauguração da Penitenciária Estadual de Fernando Guilhon, em Americano, a Colônia Penal de Cotijuba foi definitivamente desativada.

O estigma de ilha-presídio povoou o imaginário da sociedade paraense, mantendo-a a distância. A Constituição Brasileira de 1988 transferiu Cotijuba ao domínio municipal de Belém, quando houve o interesse de veranistas na ilha, atraídos pela riqueza da sua biodiversidade e pela sua proximidade da capital paraense.

Segundo os moradores de Cotijuba, em 2005 faleceu o último “preso” da ilha e com ele foi enterrado todo o sofrimento que já existiu por ali. Hoje, Cotijuba é um patrimônio a ser visitado, preservado e valorizado.

PRAIAS

A Praia do Farol, ideal para família com crianças, é a que possui a maior estrutura para hospedagem de turistas, com um total de oito pousadas e mais de oitenta suítes (com ventilador, com ventilador e TV, com ar condicionado, TV e frigobar, etc.).

No Farol, há diferentes tipos de bares e restaurantes, com músicas também variadas: saudade, pagode, forró e brega. Nos feriados prolongados, há programação nas pousadas e na praia com música ao vivo, baile de saudade, luau, etc.

Caso o visitante queira mais tranquilidade, a 15 minutos de caminhada do Farol estão as desertas praias do Amor e da Saudade.
A Praia Funda é formada por uma linda enseada e é pouco frequentada. Seu nome se deve ao fato de possuir um terreno íngreme, que torna a praia profunda a poucos passos da beira.

As outras praias que ficam de frente para a Baía do Marajó são a Praia da Pedra Branca e Flecheira.As outras praias conhecidas da ilha de Cotijuba são a do Cravo e do Cemitério.

(Diário do Pará)

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