Sete meses depois de passar por uma cirurgia para retirar o apêndice e um cisto do ovário, a cozinheira Andrea Teixeira Tobias, de Ribeirão Preto (SP), diz que continua sofrendo com fortes dores e desenvolveu infecção nos rins. Segundo ela, o problema começou depois que uma gaze foi ‘esquecida’ em seu abdômen por uma equipe do Hospital Beneficência Portuguesa, após um procedimento de drenagem, dias depois da operação, em novembro do ano passado. A diretoria do hospital informou que uma sindicância foi aberta para apurar o caso, mas que não foi constado erro no atendimento.

Andrea conta que depois de receber alta após a cirurgia passou a sentir dor e febre e que ao procurar o hospital, precisou passar por uma drenagem. “Fiz, voltei pra casa, achei que meu problema tinha acabado, mas estava só começando”, afirma. Ela relata que continuou com dores e que começou a sentir fortes odores. “Fui várias vezes no hospital, teve semana que cheguei a ir quatro vezes, mas falavam que a minha barriga estava bonitinha, sei que não estava bem, porque estava fedendo, tava com dor e escorrendo pus, sabia que não estava bem, mas para eles, sim”, diz.

Relatório confirma que gaze foi deixada no
abdômen de paciente (Foto: Reprodução/EPTV)

Gaze esquecida
Após a realização de um exame de ultrassom, foi detectado o corpo estranho dentro do abdômen da cozinheira, que passou por novo procedimento cirúrgico no dia 10 de fevereiro, para retirada do material. Relatório médico elaborado após a cirurgia comprova a existência da gaze. Entretanto, o documento afirma que a paciente recebeu alta em boas condições e que receberia acompanhamento ambulatorial. “Eles não dizem quem foi que errou, mas foi o médico que fez a drenagem”, afirma Andrea.

Depois de tanto tempo com a gaze dentro do organismo, Andrea diz que desenvolveu infecção nos rins e outras complicações de saúde e acredita que não recebeu a atenção que precisava do hospital. “Passei por exame, confirmaram infecção bacteriana na urina, infecção nos rins, que até agora falam que é uma micropatia, mas não me encaminharam para nenhum outro tipo de médico para descobrir o que eu tenho. A cada dia que passa minha dor piora e eu não sei o que é”, comenta.

Hospital
Em nota, a assessoria de imprensa do Hospital Beneficência Portuguesa informou que foi aberta uma sindicância interna para apuração dos fatos. Entretanto, a investigação concluiu que não houve erro por parte do hospital ou da equipe médica responsável pelo atendimento de Andrea. A diretoria da instituição informou também que continua sendo prestado todo o atendimento necessário.