Congresso da Líbia é invadido e incendiado por milicianos rebeldes armados

Reuters

Homens armados circulam perto do Congresso da Líbia, em Trípoli, enquanto nuvem de fumaça se forma sobre o Parlamento Foto: STRINGER / REUTERS

Homens armados circulam perto do Congresso da Líbia, em Trípoli, enquanto nuvem de fumaça se forma sobre o Parlamento STRINGER / REUTERS

TRÍPOLI – Homens fortemente armados invadiram o Parlamento da Líbia neste domingo depois de atacar o prédio com armas antiaéreas e granadas, segundo testemunhas. Um porta-voz do general Khalifa Haftar disse que o atentado é obra do grupo paramilitar liderado por ele, como parte da campanha contra a militância islâmica.

Testemunhas viram colunas de fumaça saindo do prédio do parlamento e homens armados fechando as ruas que dão acesso ao imóvel. Outra testemunha disse ter visto os rebeldes sequestrando duas pessoas no Congresso.

Segundo o deputado Omar Bushah, os homens invadiram o Congresso e os escritórios dos deputados, incendiando o local. Outras testemunhas relataram a existência de brigas do lado de fora do prédio. Um morador disse que após a saída dos invasores, os próprios moradores estão, com armas, protegendo a área. Dezenas de pessoas armadas foram vistas na região.

O Congresso da Líbia tem estado paralisado pelas disputas entre partidos islâmicos e nacionalistas ricais. Muitos líbios culpam o Congresso pela dificuldade do país em progredir rumo à transição democrática desde a queda do ditador Muammar Kadafi, em 2011.

O tiroteio aconteceu apenas dois dias depois que mais de 70 pessoas morreram na sexta-feira no conflito entre o o grupo paramilitar liderado pelo general Khalifa Haftar e grupos islâmicos armados em Benghazi. O conflito não havia chegado até Trípoli desta vez, mas em novembro mais de 40 pessoas haviam sido mortas em disputas entre milícias e cidadãos armados.

A Líbia vem tentando lidar com o caos enquanto governo, parlamento e as recém-criadas forças armadas não conseguem impor sua autoridade sobre os grupos rebeldes e milícias que ajudaram a tirar Muammar Kadafi do poder em 2011, e que hoje desafiam o Estado. O novo Primeiro Ministro Ahmed Maiteeq formou um governo que aguarda a aprovação do parlamento esta semana, autoridades disseram neste domingo, depois que o país ficou cerca de dois meses sem um governo de fato.

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