Após onda de saques, PMs e bombeiros suspendem greve

 Angela Lacerda e Mônica Bernardes – Especial para O Estado

 Depois de três dias de muita tensão, saques, arrastões, assaltos, prisões e tumulto os policiais e bombeiros militares de Pernambuco decidiram na noite desta quinta-feira, 15, suspender a greve. O anúncio foi feito por volta das 19h45, após a realização da quinta assembleia em 24 horas.

Apesar do anúncio da paralisação, integrantes da Força Nacional, que desde o final desta manhã circulam pelas ruas do Recife e Região Metropolitana, devem permanecer ainda até o final desta sexta-feira. As negociações entre a categoria e o Executivo estadual foram acompanhadas durante parte da tarde e da noite pelo Ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, que chegou ao Recife no final da tarde.

Inicialmente composta por 18 itens, a pauta de negociação começou a ser enxugada e acabou com quatro pontos considerados “essenciais” pela categoria. Todos eles foram alvo de debates com o executivo: incorporação de gratificação por risco de morte ao salário base, beneficiando ativos e inativos; construção de um plano de cargos e carreiras a partir da próxima segunda-feira, 19 – com a criação de uma comissão que irá avaliar junto aos deputados estaduais as promoções na categoria; reestruturação do Hospital da Polícia Militar e criação de unidades de saúde para a categoria no interior do Estado.

O grupo também reivindica a promessa do governo estadual de que o aumento salarial voltará a ser debatido na primeira semana de janeiro de 2015, após os impedimentos causados pela Lei de Responsabilidade Fiscal e Lei Eleitoral. Com a incorporação da gratificação de risco de vida, o salário base de um soldado da PM passará de R$ 1,9 mil para R$ 2,8 mil.

Um das principais lideranças da mobilização, o soldado Joel Maurino, comemorou o fechamento do acordo. “Conseguimos avançar bastante. Com a incorporação da gratificação, por exemplo, quando formos discutir reajuste salarial, em janeiro de 2015, o percentual que for concedido será calculado em cima de R$ 2,8 mil e não de R$ 1,9 mil como estava querendo o governo anteriormente”, destacou.

Pânico. O medo causado pela greve dos policiais e bombeiros militares, iniciada nesta terça-feira, 13, fez com que a movimentação de pessoas em Recife e na região metropolitana parasse nesta quinta. Ocorrência de assaltos e arrastões rapidamente compartilhados nas redes sociais criaram um clima de pânico que chegou ao auge no início desta tarde.

Lojas, supermercados, escritórios, órgãos públicos e faculdades suspenderam suas atividades e a movimentação que ainda se via até as 15 horas, no centro da capital, era somente de pessoas tentando pegar ônibus ou táxi para retornar para suas casas.

Violência. A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) informou que das 19 horas desta quarta-feira, 14, às 7 horas desta quinta-feira, 15 – em meio à greve dos bombeiros e policiais militares – sete homicídios ocorreram na região metropolitana, além de sete tentativas de assassinato. Para a delegacia, o número excede a média registrada durante os dias de semana, que é de no máximo seis. O balanço total da violência nesta quinta-feira, não havia sido divulgado até às 19 horas.  Já o número de detenções realizadas na região metropolitana foi de 234, com 102 autuações em flagrante, de acordo com a Secretaria de Defesa Social.

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