Da redação, com Cileide Alves, O Popular
Morreu ontem (2) no Hospital Neurológico em Goiânia, às 23h30, o bispo emérito da cidade de Goiás, dom Tomás Balduíno, aos 91 anos de idade. O religioso estava internando há três semanas tratando de complicações cardíacas e de um câncer.
Em novembro do ano passado dom Tomás internou-se no hospital Pio XI, em Ceres, e depois foi transferido para Goiânia para tratar do coração e de um câncer de prótasta.Ficou vários dias na UTI, mas depois foi liberado. Essa nova internação foi mantida em segredo por familiares e religiosos dominicanos, ordem à qual dom Tomás era vinculado.
Desta vez Dom Tomás teve uma tromboembolia pulmonar em consequência de uma incompatibilidade dos medicamentos para o câncer e o marcapasso. Ele passou 12 dias no Hospital Anis Rassi, teve um dia de alta e depois foi levado para o Neurológico onde morreu depois de uma semana.
Seu corpo está sendo velado na Igreja São Judas Tadeu, no Setor Coimbra e será sepultado na catedral da cidade de Goiás. O horário de sepultamento ainda não estava decidido até o início da madrugada.
Dom Tomás Balduino dedicou parte dos seus 91 anos a importantes lutas sociais ligadas à questão da terra no Brasil, à defesa dos povos indígenas e de camponeses. Anos que também foram voltados à formulação e à prática de uma religiosidade mais progressista na Igreja Católica, alicerçada na Teologia da Libertação.
Ele manteve até quando a sua saúde lhe permitiu, o mesmo ritmo de comprometimento com transformações sociais no país. Nunca teve medo de denunciar as injustiças do campo ou de realizar publicamente duras críticas ao Governo ou à Igreja.
Bispo emérito da cidade de Goiás, Paulo Balduíno de Sousa Décio, nasceu em 31 de dezembro de 1922, na cidade de Posse, em Goiás, no limite com a Bahia. Lá viveu até os 5 anos de idade, quando a família migrou para a cidade de Formosa, no mesmo estado.
“Como toda criança da região, tive uma infância integrada à paisagem sertaneja, do semi-árido e do cerrado. Sempre com muita alegria e muita fruta”, rememora o bispo, o mais novo dos 11 filhos da paulista Felicidade de Sousa Ortiz e do goiano e juiz José Balduíno de Sousa Décio.








