Metroviários suspendem greve e retomam negociação na sexta

Do G1

Os metroviários do Distrito Federal decidiram suspender a greve e retornar ao trabalho na manhã desta quinta-feira (10). A medida foi tomada depois de umaaudiência entre diretores do sindicato da categoria e representantes do Metrô-DF no Tribunal Regional do Trabalho (TRT). A paralisação foi interrompida pelo menos até sexta-feira (11), quando está prevista uma nova reunião entre as partes, marcada para as 10h.

O Metrô informou que o sistema vai operar normalmente nesta quinta e sexta. Serão 24 trens nos horários de pico. Os veículos rodam entre 6h e 23h.

O Departamento de Estradas de Rodagem (DER-DF) informou que o trânsito de veículos na faixa exclusiva da EPTG está liberado até que seja tomada uma decisão final sobre a greve dos metroviários.

Durante a audiência, os metroviários chegaram a propor voltar ao serviço com 50% do efetivo, também nesta quinta, em troca de não haver desconto dos seis dias parados.

Sem acordo, Metrô e sindicato conversaram por mais uma hora e meia até decidirem pelo retorno ao serviço até a próxima reunião. As faltas dos funcionários serão abonadas, de acordo com o TRT.

Nesta quinta-feira, as partes têm uma nova reunião agendada para decidir as cláusulas que entrarão na negociação de sexta.

A greve teve início à meia-noite da última sexta-feira (4). Segundo o secretário de Relações Intersindicais do Sindicato dos Metroviários do DF (SindiMetrô-DF), Dione Aguiar, a companhia interrompeu as negociações e negou quase todos os pedidos da categoria.

O Sindicato dos Metroviários reivindica correção das distorções salariais do plano de carreira, redução da jornada de trabalho para seis horas, reajuste salarial de 10%, previdência complementar e aumento da quebra de caixa da bilheteria.

Entre as propostas feitas pelo Metrô estão reajuste salarial e de benefícios com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), aumento de gratificação adicional de quebra de caixa de 70 para 100 bilhetes e implantação de plano de previdência complementar até 31 de março de 2015. A companhia também diz que mantém conversas semanais com o sindicato para criar um termo aditivo ao acordo vigente.

Estação do Metrô de Samambaia, no DF, fica lotada durante paralisação de rodoviários na região (Foto: Kleber Alexandre/G1)
Estação do Metrô lotada durante greve
(Foto: Kleber Alexandre/G1)

Na última segunda-feira (7), a companhia entrou com uma ação pedindo para que o TRT julgue abusiva a paralisação, afirmando que não há argumentos que justifiquem o ato, pois todos os acordos coletivos estão sendo cumpridos.

Na ação, a companhia solicitou que 100% dos empregados trabalhem nos horários de pico e 80% dos funcionários atuem nos outros períodos. Desde o início da greve, 30% do quadro estão em serviço.

De acordo com o sindicato, o sistema conta hoje com 1.080 funcionários sendo 600 do setor operacional. Ao todo, 160 mil pessoas utilizam diariamente este tipo de transporte.

Policiais militares fazem patrulhamento em região próxima à estação de Ceilândia, depois que passageiros decidiram fazer protesto contra a demora e superlotação de trens do Metrô-DF (Foto: Lucas Salomão/G1)
Policiais militares fazem patrulhamento em região próxima à estação de Ceilândia, depois que passageiros decidiram fazer protesto contra a demora e superlotação de trens do Metrô-DF (Foto: Lucas Salomão/G1)

‘Plano de contingência’
Desde o início da greve o Metrô adota um plano para minimizar os transtornos à população. Dez estações foram fechadas para embarque e sete trens rodam nos horários de pico.
A empresa informou que todas as 24 estações estão abertas para desembarque de passageiros.

O horário de funcionamento permanece normal, das 6h às 23h30, de segunda a sábado, e das 7h às 19h, aos domingos. O Metrô diz que solicitou ao DFTrans reforço da frota de ônibus.

As estações fechadas para embarque são 102 Sul, 108 Sul, 112 Sul e Asa Sul, no Plano Piloto, Feira, no Guará, Concessionárias, em Águas Claras, Centro Metropolitano e Taguatinga Sul, em Taguatinga, Guariroba, em Ceilândia, e Samambaia Sul, em Samambaia.

Policiais militares fazem patrulhamento perto de estação de Ceilândia Centro, após protesto no metrô (Foto: Lucas Salomão/G1 DF)
PM faz patrulhamento perto de estação do Metrô
(Foto: Lucas Salomão/G1 DF)

Protesto e confusão
Um grupo de passageiros iniciou um protesto contra a demora e superlotação de trens do Metrô na estação Ceilândia Centro, na manhã desta quarta. O problema ocorreu depois que funcionários bloquearam o acesso de pilotos e invadiram a sala de controle. Em seguida, os manifestantes bloquearam o trânsito na Avenida Hélio Prates.

Durante a confusão, 40 pessoas foram presas, segundo a Polícia Militar. Por prevenção, a direção da autarquia decidiu suspender a operação em três estações de Ceilândia, desenergizando a via.

Vidros de um ônibus também foram quebrados. A PM disse que precisou usar bombas de efeito moral para dispersar o grupo. Os detidos vão responder por desacato, resistência e dano ao patrimônio público.

Homem preso durante manifestação de passageiros do Metrô-DF, que reclamam de demora e superlotação dos trens durante a greve (Foto: Lucas Salomão/G1)
Homem preso durante manifestação de passageiros do Metrô-DF, que reclamam de demora e superlotação dos trens durante a greve (Foto: Lucas Salomão/G1)

Um dos participantes do ato, Paulo César Tiago de Oliveira disse que a confusão começou ainda dentro da estação. “Quando o trem chegou em Ceilândia Centro, ele parou. Não deixaram o trem sair, fecharam as portas do metrô, não abriram, o pessoal começou a passar mal. Aí a polícia começou a jogar spray de pimenta com o povo dentro do metrô”, disse.

Segundo o rapaz, os usuários começaram a quebrar os trens em resposta à situação. “Por revolta, começaram a quebrar o metrô. Eles pediram o retorno do dinheiro, mas [o Metrô] não devolveram os R$ 3. As pessoa se indignaram. Aí começaram a manifestação [de forma] pacífica, mas os policias chegaram com excesso, empurrando, desrespeitando o cidadão trabalhador.”

Uma representante sindical chegou a invadir uma sala de controle do Metrô na madrugada. Ela afirmou querer impedir que pessoas sem experiência ou afastadas do cargo pilotassem os trens da companhia. Ela foi detida por dois seguranças e por policiais militares, mas foi liberada ainda pela manhã. O caso foi registrado na 21ª Delegacia de Polícia, em Taguatinga.

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