Possível apoio de Reguffe a Rollemberg abre crise no PDT

 

Reguffe: “Não pensei em mim. Se meu interesse fosse apenas chegar ao Senado, eu seria candidato na chapa do PT”

O anúncio de que Reguffe (PDT) apoiará a candidatura de Rodrigo Rollemberg (PSB) abriu uma crise entre pedetistas do Distrito Federal. Como o Correio mostrou na edição de ontem, o deputado federal decidiu abrir mão de concorrer ao Buriti para se juntar ao projeto de Rollemberg. O presidente do PDT no DF, George Michel, e o senador pedetista Cristovam Buarque criticaram a decisão de Reguffe e alegaram que o posicionamento foi definido sem uma consulta ao partido. O presidente nacional da legenda, Carlos Lupi, garante que dará aval às decisões do diretório regional.

George Michel, que defendia uma coligação com o PT, de Agnelo Queiroz, criticou Reguffe. “Foi uma decisão pessoal e não reflete uma deliberação do partido. Não fomos consultados, nenhuma candidatura foi confirmada ainda”, destaca. “Pessoalmente, minha posição é de que, se o PDT não tiver candidato próprio, apoie a candidatura do Agnelo. De qualquer forma, isso teria que passar pelo partido”, comentou.

O senador Cristovam Buarque disse que soube da decisão de Reguffe pela imprensa. “Fiquei chateado, lamento que o Reguffe não tenha me consultado ou me comunicado. O apoio do Reguffe ao Rollemberg não tem o meu repúdio. Ele não é o candidato da vergonha nem da decepção. Mas considero desastrosa a forma com que isso foi feito”, ressalta o senador do PDT.

Reguffe explica que desejava se candidatar ao governo, mas decidiu apoiar Rollemberg por reconhecer que duas candidaturas do mesmo campo seriam “uma irresponsabilidade com a cidade”. “Não pensei em mim. Se meu interesse fosse apenas chegar ao Senado, eu seria candidato na chapa do PT, porque isso seria mais cômodo e mais fácil. Eu teria mais tempo de televisão e recursos. Mas agi pensando na cidade”, afirma.

Com a repercussão negativa do PDT em torno de sua decisão, ele já cogita não ser candidato a nada. “Hoje, nem sei mais se vou concorrer a algo. No meu coração, o que eu gostaria era da disputa ao governo, mas reconheço a dificuldade de fazer uma campanha sem transigir nos meus princípios. O Rodrigo leva vantagem por ter uma campanha nacional de um candidato do partido dele, que pode ajudá-lo”, acrescentou o deputado.

O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, nega que haverá uma imposição de posicionamento. “Tudo tem que ser discutido com o diretório local. O Reguffe manifestou o desejo dele, o que é legítimo, mas o partido tem que se reunir e debater o assunto”, pondera. “Apesar de muitos quererem me colocar como um caudilho, eu sou um democrata. Se a maioria quiser, não haverá nenhum problema. Mas o diretório regional tem que ser consultado”, acrescentou Lupi.

O senador Rodrigo Rollemberg se reuniu ontem à tarde com George Michel e outros representantes do diretório regional, como Fábio Barcellos, José Carlos Vasconcelos e Paulo Silva. “Eles disseram que ficaram surpresos com o anúncio e explicaram que o partido estava muito fechado em torno da candidatura do Reguffe. Eles terão que levar o assunto para debate interno no PDT. Agora, é preciso ter paciência”, comenta o senador. “O importante é que temos afinidade programática e muita força para mudar essa cidade. Estou confiante de que a aliança vai se confirmar”, acrescenta.

PSol

Depois de obter o apoio de Reguffe, Rollemberg sonhava em acrescentar o PSol à coligação. Mas a ex-deputada federal Maria José Maninha, um dos principais nomes do partido no DF, garante que essa possibilidade está descartada. Ela e Antônio Carlos de Andrade, o Toninho, consideravam se aliar a Reguffe, caso ele mantivesse a candidatura ao governo. Com a saída do deputado do cenário, Toninho vai mesmo concorrer ao Buriti.

“O Reguffe nos explicou a situação e perguntou se haveria a possibilidade de fazermos uma aliança entre PDT, PSB e PSol. Eu falei que não há nenhuma chance”, diz Maninha. “O Toninho será candidato, não há mais nenhuma possibilidade de aliança. Se fosse para fechar com o PDT, compraríamos a guerra interna e iríamos trabalhar para viabilizar coligação. Mas, nesse caso, o diálogo está encerrado”, acrescentou. Com as possibilidades distantes de atrair o PSol, o PSD, de Rogério Rosso, passa a ser o alvo principal de Rollemberg. Informações do Correio Braziliense.

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