Protesto contra Copa em SP teve 2.300 policiais para 1.500 manifestantes

Fabiana Grillo, do R7, com Agência Brasil

O ato contra a Copa do Mundo que aconteceu neste sábado (22) em São Paulo teve a participação de 2.300 policiais militares para cerca de 1.500 manifestantes. A informação é do coronel da PM Celso Luiz Pinheiro, para quem a ação “foi bem-sucedida”.

— Para nós, a operação foi um sucesso. Se houve excessos ou erros, vamos apurar.

O número de pessoas detidas foi recorde em protestos na capital paulista: 262, segundo a contagem da Polícia Militar. Todos foram liberados. Além disso, oitos pessoas ficaram feridas, sendo cinco policiais e três manifestantes.

Essa foi a primeira vez que o “pelotão ninja” da Polícia Militar, especializado em artes marciais e sem armas de fogo, atuou em uma manifestação. Duzentos homens do efeitivo tinham esse treinamento.

De acordo com a SSP (Secretaria de Segurança Pública), os motivos das detenções foram lesão corporal, resistência, desacato a autoridade, porte de arma, dano qualificado e ameaça. Entre os detidos estavam seis jornalistas — quatro repórteres e dois fotógrafos — que faziam a cobertura da manifestação. A PM não confirmou essa informação.

Pinheiro também afirmou, em coletiva de imprensa realizada neste domingo (23), que não houve necessidade do uso de armas químicas ou balas de borracha.

— A manifestação de ontem resultou em menos danos, menos confronto com a PM e menos prejuízos ao patrimônio público. Houve mais pichações do que depredações.

Segundo o coronel, uma nova estratégia foi adotada na manifestação, com o objetivo de isolar os black blocs antes que começassem a praticar atos de vandalismo. A inteligência da PM notou que o movimento ia iniciar uma quebradeira e entrou em ação, fazendo um cordão humano em volta de manifestantes.

— Foi o momento em que nós tivemos informações de que haveria quebra da ordem. A atuação começou depois que eles sairiam para fazer a quebradeira. Eles [black blocs] dão os braços e fazem um grito de guerra.

O coletivo Se Não Tiver Direitos, Não Vai Ter Copa reclamou da atuação policial: “Antes do início da marcha, fizeram um desfile militar provocando manifestantes, semelhante ao da época da ditadura, para tentar amedrontar os manifestantes. Não conseguiram. O ato seguiu forte, composto por diversos grupos, até a altura do metrô do Anhangabaú quando o efetivo desproporcional da PM se lançou sobre um grupo de manifestantes. Agressão, transgressão dos direitos e prisão em massa. Advogados presentes que acompanhavam a abordagem absurda foram agredidos por policiais e impedidos de realizar o seu trabalho”, diz o comunicado.

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