Adolescentes que foram a um centro de compras para um ‘rolezinho’ acabaram revistados por PMs na frente do shopping; Lojistas e a polícia se reúnem para saber como agir nos próximos encontros (Bruno Kelly)
Os “rolezinhos”, que vêm acontecendo em várias capitais brasileiras desde dezembro, chegou a Manaus com a pretensão de ser mais do que uma uma reunião para tirar fotos, paquerar e se divertir entre amigos, e se tornar um protesto, como os que aconteceram em junho de 2013.
Nas redes sociais, páginas de eventos convidam jovens a participar dos rolezinhos em dois shoppings da cidade e também na Câmara Municipal de Manaus (CMM).
Em um dos eventos, criado pela estudante do ensino médio, Larissa Olegário, 17, a descrição do objetivo do grupo, composto por 400 jovens entre 15 e 18 anos, é conhecer pessoas, fazer amizades e tirar fotos. Porém, a estudante garante que, além desses objetivos, os adolescentes querem se manifestar contra o preconceito e a segregação social. Segundo Larissa, a proibição da entrada de jovens no shopping JK, em São Paulo, não pode se repetir em outras cidades, pois todos têm direito de frequentar os estabelecimentos.
A adolescente garante que o encontro organizado por ela para o próximo dia 8 de fevereiro, no shopping Manauara, na avenida Mario Ypiranga Monteiro, bairro Adrianopólis, Zona Centro-Sul, será pacífico. Larissa explica que tem o apoio dos pais e já participou de outros movimentos como o “Vem pra rua” que levou milhares de pessoas às ruas, para reivindicar por melhorias na cidade. “Eu pretendo estudar psicologia, mas tenho vontade também de ser política e ajudar a mudar o País”, disse a estudante.
No próximo sábado, o grupo vai se reunir para organizar as pautas do encontro e pedir apoio dos shopping e da Polícia Militar para que o rolezinho aconteça.
Outro rolezinho agendado está sendo organizado pelo DJ Kleber Romão, para o dia 31 de março, na CMM, a partir das 8h. Com o objetivo claro de reinvidicar melhorias políticas, o rolezinho na CMM, é na verdade, um trocadilho com as faltas dos vereadores às sessões da casa. Para Kleber, por trás do movimento social, há manipulação de partidos políticos.
O cientista político Pontes Filho disse acreditar que a desigualdade e injustiça social, aliadas às facilidades de acesso às redes sociais e ao “rescaldo” das manifestações do ano passado, são os fatores que transformaram as reuniões de jovens em “rolezinhos politizados”. Informações de A Critica