Merkel e centro-esquerda chegam a acordo para formar aliança

O Globo, com agências internacionais

A chanceler Angela Merkel, líder da União Democrata-Cristã (CDU), e Horst Seehofer, líder da União Social-Cristã (CSU), chegam à sede do Partido Social-Democrata (SPD) para negociações
Foto: FABRIZIO BENSCH / REUTERS

A chanceler Angela Merkel, líder da União Democrata-Cristã (CDU), e Horst Seehofer, líder da União Social-Cristã (CSU), chegam à sede do Partido Social-Democrata (SPD) para negociações FABRIZIO BENSCH / REUTERS

  Os conservadores da aliança partidária União Democrata-Cristã/União Social-Cristã (CDU/CSU) da chanceler alemã, Angela Merkel, e o Partido Social-Democrata (SPD), de centro-esquerda, chegaram a um acordo para formar um novo governo, mais de dois meses depois das eleições. A última rodada das cinco semanas de negociações intensas durou 17 horas, até que os dois grandes blocos parlamentares alemães resolveram as últimas diferenças para dar a Merkel seu terceiro mandato até 2017.

Negociadores do bloco CDU/CSU e os sociais democratas disseram na madrugada desta quarta-feira que concluíram um acordo para formar uma coalizão depois de negociações realizadas durante a noite de terça-feira. Entre os pontos acordados entre os partidos estão a permissão de dupla cidadania para descendentes de imigrantes na Alemanha e a introdução de um salário mínimo de 8,5 euros por hora – duas reivindicações do SPD para fechar o acordo.

Merkel conquistou um terceiro mandato ao ganhar as eleições em setembro, mas não chegou a conseguir a maioria parlmentar e teve que se aproximar da centro-esquerda em busca de um novo aliado. Até o momento, as partes concordaram em manter em segredo os nomes dos futuros ministros. Cinco serão do CDU, de Merkel, a CSU ficará com três e seis serão do socila-democrata SPD.

Nesta manhã, vários líderes do SPD, da CDU e da CSU expressaram satisfação com o acordo. O último passo para oficializar a grande coalizão será uma consulta à militância do SPD, já que o partido se comprometeu a submeter um eventual acordo a seus mais de 470 mil filiados. O resultado é esperado para o dia 14 de dezembro.

A maior novidade, que os social-democratas apresentarão como uma conquista social que levou o partido a concordar a aliança com Merkel, pela segunda vez desde 2005, será a adoção do salário mínimo de 8,5 euros por hora em todo o país a partir de 2015. Na Alemanha, os salários mínimos variam consideravelmente entre setores e regiões.

Além disso, Merkel e o líder da oposição, Sigmar Gabriel, concordaram com a reforma das aposentarias, para aqueles que tenham contribuído por 45 anos ou mais possam se aposentar aos 63 em vez de 67 anos sem perder receita. Somada à legalização da dupla cidadania, essas mudanças devem estimular os militantes do SPD a aceitarem a grande coalizão.

Pesquisas revelam que esta é a opção que tem mais apoio na Alemanha, mas os social-democratas temem sérios riscos com a possibilidade de um novo governo com Merkel. O partido teve de renunciar à promessa eleitoral de limitar o salário dos executivos nas empresas e o aumento do imposto de renda para aqueles que tem maior remuneração.

 

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