Dom Tomás Balduíno está internado em estado grave

Da redação 

Conhecido pela sua luta contra a ditadura militar, o bispo-emérito da cidade de Goiás, fundador e por seis anos presidente da Comissão Pastoral da Terra e  fundador do Conselho Indigenista Missionário, Dom Tomas Balduíno está internado desde o dia 1 na cidade de Ceres, no Vale do São Patrício. Segundo o jornal O Popular,  ele  se sentiu mal em Goiânia e decidiu procurar cuidados no Hospital Pio X, que é vinculado à Diocese da cidade Goiás.

Na segunda-feira, o bispo sofreu uma queda de pressão e foi transferido para a Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Dr. Domingos, na mesma cidade. Portador de marca-passo, o estado do religioso, que completa 91 anos no dia 31 de dezembro deste ano, é considerado grave.

Dom Tomás Balduíno tem “uma vida a serviço da humanidade” (registrada em livro). Muito querido, ele encontra momentos de sossego no Convento São Judas, onde mora em Goiânia, porém não desistiu de procurar a agitação dos movimentos sociais. Goianenses relataram que não é difícil ver o bispo participar de manifestações importantes em sua cidade e Brasil afora.

Em uma entrevista para a jornalista Ana Helena Tavares, do “Quem tem medo da democracia?”, D. Tomás definiu a mídia como “cão de guarda” do neoliberalismo. E falou, claro, de Igreja Católica, frisando o quanto ela é “comprometida com o poder”. Louvou os avanços do último Concílio, mas lamentou o “duro golpe” que a Teologia da Libertação levou no papado de João Paulo II. Golpe este que teria vindo a pedido do então presidente dos EUA, Ronald Reagan.

Dom Tomás Balduino disse que  “a sociedade civil gestou o golpe de 64”, garantindo que ele “foi dado, para quebrar a espinha dorsal dos trabalhadores rurais”, pelo temor que havia na época de que “o comunismo entrasse através do campo”. Segundo ele, hoje ainda temos um “modelo militar” de reforma agrária. “Uma reforma que controla a reforma”.

O bispo denunciou o genocídio de indígenas pela ditadura e o uso deles pelos militares: “chegavam a colocar farda nos coitadinhos para servir de espiões e informantes.”. D. Tomás chamou a luta armada de “luta defensiva” – “defendiam a população” – e considera essa Comissão da Verdade “pífia e medrosa”. “Porque é para fazer relato” Para ele, “junto com o relatório deveria estar a indicação da punição.”

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