Da Agência Brasília

Para o governador em exercício do DF, Tadeu Felippelli, a substituição do querosene pelo bioquerosene é mais um passo que o Brasil dá a frente de qualquer outro país do mundo.
— Coloquei Brasília à disposição para ser base de mistura dos combustíveis da aviação, temos um aeroporto estratégico.
Ele estava presente no voo G3 1408, com origem em São Paulo (SP), operado pela companhia aérea Gol, acompanhado de outras autoridades. A companhia aérea espera disponibilizar cerca de 200 rotas com a nova tecnologia, que pode reduzir em 80% a emissão de gases do efeito estufa, durante a Copa do Mundo de 2014.
Conforme cálculos da Ubrabio (União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene), o combustível é quatro vezes mais caro que o querosene de aviação (QAV-1), por isso, o uso comercial dessa fonte renovável, e menos poluente, depende de incentivos do governo, segundo a entidade.
Segundo o presidente da Ubrabio, Juan Ferrés, o combustível não é muito caro.
— Em poucos anos, esse custo poderá ser igual ou até inferior (ao preço combustível fóssil), mas vai depender de condições viáveis.
Segundo o ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil, Moreira Franco, está em avaliação a forma mais correta de incentivo à utilização de biocombustível na aviação.
— É cedo para definir como vamos operar para que essa experiência, que já é viável, seja coletivamente utilizável. Esse é o objetivo da política que vai ser formulada a partir de agora.
O setor de Aviação Civil brasileiro tem compromisso firmado com a Associação Internacional de Transporte Aéreo para reduzir, em 50%, a emissão de gases poluentes até 2015, em comparação aos índices de 2005.
A data do teste comercial com o bioquerosene foi escolhida porque marca os 106 anos do primeiro voo feito por Santos Dumont e também o Dia do Aviador.
O uso de combustíveis renováveis se tornou possível depois que a ANP (Agência Nacional do Petróleo) publicou, em julho, resolução que permite a adição de até 50% de querosene alternativo ao QAV para consumo em turbinas de aeronaves.