Merkel cobra de Obama explicações sobre espionagem em seu celular

O GLOBO e agências internacionais

Angela Merkel fala ao telefone em evento em Hanover, no norte da Alemanha
Foto: Joerg Sarbach / AP

Angela Merkel fala ao telefone em evento em Hanover, no norte da AlemanhaJoerg Sarbach / AP

 Diante da suspeita de que seu telefone celular foi espionado pela Agência Nacional de Segurança (NSA, em inglês) dos Estados Unidos, a chanceler alemã, Angela Merkel, ligou rapidamente para o americano Barack Obama nesta quarta-feira para exigir explicações. Em Washington, a Casa Branca negou as acusações. As informações, da revista “Der Spiegel”, foram confirmadas pelos serviços secretos alemães.

“Enviamos rapidamente um pedido a nossos parceiros americanos para um esclarecimento imediato e detalhado depois de obter indícios sólidos de espionagem”, disse o porta-voz alemão, Steffen Seibert, em comunicado.

– (A NSA) não a está espionando agora e nem o fará – afirmou o porta-voz Jay Carney.

A declaração contundente do porta-voz de Merkel sugere que a Alemanha não está totalmente satisfeita com a resposta dada por Obama.

“Entre amigos e parceiros, como a Alemanha e os EUA têm sido ao longo de décadas, não deve haver este tipo de acompanhamento das comunicações do líder do governo. Isto seria uma grave quebra de confiança. As práticas devem ser interrompidas imediatamente.”

Uma inspeção dos serviços secretos alemães e da Agência de Segurança Federal levou o governo alemão a considerar que a suspeita de espionagem é “plausível”, motivo pelo qual procurou explicações de Washington. A reação do governo alemão, mais forte que o normal, é consequência de uma investigação aberta da “Der Spiegel”, que indica que a agência americana colocou as conversas telefônicas da chanceler como um de seus objetivos.

Mais cedo, o diretor de Inteligencia dos Estados Unidos, James Clapper, negou outras denúncias, do jornal francês “Le Monde”, que que acusou a NSA de ter espionado mais de 70 milhões de ligações telefônicas na França. O diário também revelou que os EUA monitoraram diplomatas franceses e usaram a informação para influenciar uma votação-chave da ONU sobre o Irã em 2010.

No domingo, a “Der Spiegel” já havia revelado que a NSA teria hackeado os e-mails trocados pelo ex-presidente mexicano Felipe Calderón. O monitoramento rendeu aos EUA informações privilegiadas sobre a política do país e foi perpetrado por uma unidade específica, encarregada de missões consideradas difíceis. Na terça-feira, o governo informou que irá convocar o embaixador dos EUA no país para prestar esclarecimento sobre as revelações. De Genebra, o chanceler mexicano, José Antonio Meade, afirmou que o presidente do México, Enrique Peña Nieto, ordenou uma investigação exaustiva.

As revelações do ex-técnico da CIA Edward Snowden sobre o alcance e os métodos da NSA, incluindo o acompanhamento de grandes volumes de tráfego de Internet e registros telefônicos, desagradaram aliados dos EUA, da Alemanha ao Brasil.

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