Do Blog Grande Angular – Lilian Tahan
Com expectativa de votação até o final do ano, o Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília (PPCUB) deve incendiar o debate político nas próximas semanas. O combustível serão as mudanças com alto teor de polêmica. O projeto é de autoria do Executivo, mas só terá validade depois da aprovação dos deputados distritais.
Confira algumas alterações do PPCUB que vão apimentar o debate.
– W3 Sul e Norte
Em áreas hoje reservadas a estacionamentos serão criados dezenove lotes comerciais, com prédios de até três andares
– Setor de Clubes Sul
Alguns trechos serão usados para fins comerciais e de hotelaria, com aumento do potencial construtivo de 80% para 150%
– Setor Hoteleiro
Mudança de gabarito permitirá que hotéis hoje com apenas três pavimentos cheguem a doze andares.
– Eixo Monumental
Torna possível a criação de lotes comerciais de até 20 000 mil metros quadrados entre a igreja Nossa Senhora da Paz e a rodoferroviária
– Quadra 500
Previsão da construção de 22 lotes residenciais com até 1 200 moradias
– Setor Hospitalar Sul
Aumento do atual potencial construtivo de 100% para 250%
– Quadra 901
Retomada da discussão sobre esse novo setor habitacional
– Setor de Garagens Oficiais
Transferência de lotes de garagens para lotes comerciais.
Durante audiência pública na quarta-feira (17), no auditório da Câmara Legislativa, a deputada Liliane Roriz (PRTB) chamou a atenção para essas mudanças e criticou a disposição do governo em promover alterações no PPCUB que, segundo acredita, “foram pensadas para beneficiar os empresários, mas não a população”. Uma clara amostra das discussões que vêm por aí em torno do tema.
Embora o assunto seja espinhoso, o governo confia que haverá maioria para a aprovação do projeto até novembro. “Existe um consenso de que o plano precisa ser votado. Ainda que não consiga atingir a perfeição, é um importante instrumento de controle e de preservação da cidade”, defende José Willemann, coordenador de Assuntos Legislativos do GDF.