Da EFE
Para a subdiretora da AI na África, Lucy Freeman, “os detalhes do que acontece por trás das portas nesses tenebrosos centros de detenção devem se tornar públicos e os responsáveis pelas violações dos direitos humanos levados perante a Justiça”.
Presos libertados que concederam entrevistas à AI relataram que “as pessoas morrem quase diariamente por asfixia e ferimentos devido à superlotação, além de passarem fome”.
“Alguns ficaram gravemente feridos devido a fortes surras e morreram por falta de atendimento médico”, informou o texto, que também apontou que “em alguns casos os detidos poderiam ter sido executados de forma extrajudicial”.
Desde o dia 16 de maio, a Nigéria realiza uma ofensiva antiterrorista nos estados de Yobe, Borno e Adamawa, no nordeste do país (todos eles em estado de emergência), após um aumento de atividades criminosas nessa região, onde o Boko Haram opera. Mas, mesmo assim, ataques dos fundamentalistas continuam a ser registrados.
O grupo, cujo nome significa no idioma local “a educação não islâmica é pecado”, luta para impor a lei religiosa neste país africano, de maioria muçulmana no norte e cristã no sul.
Desde 2009, quando a polícia assassinou o então líder e fundador do Boko Haram, Mohammed Yousef, os radicais mantêm uma sangrenta estratégia de ação que causou mais de três mil mortes, segundo números do exército nigeriano.
Com cerca de 170 milhões de habitantes divididos em mais de 200 grupos tribais, a Nigéria, o país mais povoado da África, sofre com múltiplas tensões por causa das divergências políticas, socioeconômicas, religiosas e territoriais.