Casal preso em protesto é enquadrado na Lei de Segurança Nacional

Lino Rodrigues, O Globo

– A polícia de São Paulo enquadrou na Lei de Segurança Nacional um casal detido na segunda-feira durante protesto no centro de São Paulo. O pintor Humerto Caporalli, de 24 anos, e a namorada dele, a estudante Luana Bernardo Lopes, de 19, foram presos em flagrante com uma mochila com explosivos e bombas de gás lacrimogêneo. Na mochila, havia também uma câmera com fotos do casal feitas durante o protesto. Segundo a polícia, eles aparecem nas imagens atacando um posto de gasolina e uma viatura da polícia. As fotos serão usadas como provas contra eles.

Os jovens vão responder pelo artigo 15 da Lei de Segurança Nacional, que prevê pena de prisão de 3 a 10 anos, segundo registro no Boletim de Ocorrência na delegacia. O artigo pune quem praticar sabotagem contra instalações militares, meios de comunicações, meios e vias de transporte, estaleiros, portos, aeroportos, fábricas, usinas, barragem, depósitos e outras instalações congêneres. Após serem detidos, o casal de Mogi Guaçu foi levado para o 3º Distrito Policial, no Bom Retiro. Nesta terça, Luana foi transferida para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Franco da Rocha, e Humberto para o 2º DP, de onde será encaminhado para um CDP.

Além do artigo 15 da Lei de Segurança Nacional, eles vão responder também por dano qualificado, incitação ao crime, formação de quadrilha, porte ilegal de explosivos e crime contra o Meio Ambiente, por causa das pichações em prédios e equipamentos públicos. Segundo a polícia, Humberto se identifica no Facebook como Humberto Baderna.

Durante o protesto, outras quatro pessoas foram detidas. Wilcker Evaldo de Carvalho, de 23 anos, Willian Fukuhara, de 21, e Rafael dos Santos Souza, de 27 anos, serão indiciados por roubo e formação de quadrilha. De acordo com a polícia, eles foram reconhecidos por duas vítimas. Um menor de 15 anos também foi detido e transferido para a Fundação Casa.

Durante o protesto, foram destruídas oito agências bancária na região central da cidade. Todas tiveram portas, vidros e caixas eletrônicos quebrados. Os manifestantes também atacaram um posto de gasolina, um supermercado, além de um carro da policia e uma moto. Segundo a Polícia Militar, oito policias ficaram feridos no protesto, atingidos por pedras. Eles foram medicados em hospitais da região central e liberados em seguida.

O confronto entre policiais e manifestantes aconteceu na região da Praça da República, centro de São Paulo. O tumulto começou após encapuzados se infiltrarem em uma manifestação de professores em solidariedade aos colegas do Rio de Janeiro, que ocorria em frente ao prédio da Secretaria de Estado da Educação.

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