Saúde pede demissão de médica por superdose de remédio a bebês

Lucas Nanini, G1

A Secretaria de Saúde do Distrito Federal pediu a demissão da médica Glaydes Reny, acusada de ser a responsável pela morte de dois bebês ao dar uma superdosagem de remédios aos pacientes que tinham pneumonia. A portaria com a solicitação foi publicada no Diário Oficial do DF nesta quarta-feira (2). O caso segue para apreciação do governador Agnelo Queiroz.

O G1 não conseguiu contato com a médica. No depoimento à polícia, Glaydes disse que confundiu os medicamentos. Ela afirmou ter receitado azitromicina, com dosagem de 10 miligramas por quilo, usando a dosagem do medicamento rocefim, que é de 100 miligramas por quilo. A médica ainda que em 2011 pediu afastamento do hospital por estresse. Ao voltar, ela pediu para deixar o plantão da noite, por sobrecarga de trabalho. A médica pediu ainda uma licença, que foi negada.

A Secretaria de Saúde informou que concluiu o processo administrativo em agosto. A conclusão foi de que houve prescrição de dosagem incompatível do medicamento azitromicina a duas crianças, o que levou a morte delas. Por isso, a Corregedoria da Saúde recomendou a demissão da pediatra. O órgão também recomendou a suspensão por 30 dias, convertida em multa equivalente 50% do salário, da auxiliar de enfermagem que administrou o medicamento.

O caso aconteceu em maio do ano passado, no Hospital Regional de Planaltina. Uma das vítimas foi um menino de 7 meses. O laudo da polícia apontou que ele morreu por superdosagem do remédio azitromicina, que trata doenças respiratórias.

A outra vítima é uma menina de 8 meses, que deveria ter recebido uma dose de 77 miligramas do medicamento por dia, mas chegou a receber 1.000 miligramas (quase 13 vezes mais), segundo laudo técnico.

Glaydes responde por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Segundo o promotor Thiago Gomide, o Ministério Público entendeu que ela não queria provocar a morte das crianças. Caso seja condenada, ela pode pegar pena de até quatro anos no regime semiaberto. A médica também responde a processo no Conselho Regional de Medicina, que corre em sigilo, segundo o CRM.

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