Burocracia deixou investigação de quadrilha dos fundos de pensão parada por 3 anos Publicidade

A quadrilha suspeita de comandar um esquema milionário de lavagem de dinheiro e desvio de recursos de fundos municipais de pensão atuou livremente e diversificou suas atividades entre 2009 e 2012.

A investigação iniciada pela Polícia Civil do Distrito Federal ficou suspensa por quase três anos. Motivo: burocracia para transferir o inquérito para a Polícia Federal.

A quadrilha é acusada de movimentar R$ 300 milhões nos 18 meses em que foi monitorada pela PF. Há suspeitos de participar do esquema no Palácio do Planalto e no Ministério da Previdência.

A investigação da Polícia Civil foi suspensa em 2009, depois de constatado vazamento de informações e ingerência política do governo local, que destituiu a equipe responsável pelo inquérito.

O Ministério Público decidiu então pedir ajuda à PF. A solicitação, contudo, precisou ser reformulada ao Ministério da Justiça, que só autorizou a participação da PF em fevereiro de 2012, “após longa tramitação do pedido”, nas palavras dos promotores.

Por meio de sua assessoria, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse ter recebido em setembro de 2011 a solicitação para que a PF atuasse. A autorização saiu cinco meses depois.

LAPSO TEMPORAL

O inquérito ficou parado no Ministério Público “até o desenrolar dos trâmites burocráticos para o ingresso da PF no caso”, dizem os promotores do caso num documento enviado por eles à Justiça do Distrito Federal.

“Em face do lapso temporal decorrido entre a suspensão da investigação, em 2009, e a sua retomada na esfera federal, em 2012, foram empreendidas novas diligências com o objetivo de apurar a persistência da atuação da organização criminosa”, escreveu o juiz Evandro Amorim, que autorizou parte das buscas e prisões da operação deflagrada na semana passada.

Com os suspeitos, foram apreendidos carros de luxo e até uma lancha avaliada em cerca de R$ 5 milhões.

Durante o período em que a investigação ficou parada, além de continuar o crime de lavagem de dinheiro, o grupo investigado diversificou suas atividades criminosas.

Segundo a PF e o Ministério Público, os investigados passaram a atuar também com aliciamento de prefeitos e gestores que, em troca de vantagens indevidas, aplicavam recursos da previdência municipal em investimentos suspeitos.

A Polícia Federal afirma que houve desvio total de R$ 50 milhões das previdências dos servidores de dez municípios investigados. Informações da Folha de S.Paulo

Tags:

Gostou? Compartilhe!

Últimas notícias
Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit, sed do eiusmod tempor incididunt ut labore et dolore